“Como parece ser evidente, salvo a existência de melhor opinião, as características da porta que esteve envolvida neste acidente terão sido fatais, o que já deveria ter motivado a sua substituição”, sublinhou hoje a estrutura sindical, em comunicado enviado à agência Lusa.
Uma jovem, de 16 anos, morreu na tarde de quinta-feira na sequência de ferimentos graves após ter embatido numa porta de vidro na Escola Secundária de Seia, no distrito da Guarda.
De acordo com o SPRC, “sucessivos adiamentos na reabilitação das escolas” provocou uma “situação irreparável”, com a morte da aluna.
Na mesma nota, a direção da estrutura sindical pergunta “quantas serão as condições análogas existentes um pouco por todo o país” como as que resultaram na morte da jovem em Seia.
O SPRC acrescenta que “sintomático da incúria em matéria de construções escolares é, também, a listagem, a classificação e os processos de utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, agora destinadas para este fim”.
A organização sindical é da opinião que “o prazo limite de dez anos é, também ele, demonstrativo da forma com que estas matérias são tratadas”.
O sindicato alerta para “o atraso e a insuficiência da medida, num país em que o parque escolar não pode esperar dez anos”, e censurou que apenas a intervenção em 7,8% das escolas tenha sido considerada muito urgente.
“Entretanto, outros acidentes poderão surgir, repetindo o infortúnio de uma jovem que, ontem, quando se deslocou para a escola, levava consigo sonhos que nunca poderá alcançar”, frisou a estrutura sindical, em comunicado.
De acordo com o segundo-comandante dos Bombeiros Voluntários de Seia, Marco Teixeira, o alerta foi recebido por volta das 13h48 e à chegada ao local a equipa pré-hospitalar deparou-se com a aluna caída no chão em paragem cardiorrespiratória com ferimentos graves na zona do tórax.
Foram ainda ativados para o local outros meios de socorro como a ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida) de Seia e o helicóptero do INEM, que aterrou no recinto da escola.
Marco Teixeira explicou que a vítima acabou por ser transportada de ambulância para o hospital de Seia em manobras de suporte avançado de vida com o apoio da equipa do helicóptero do INEM, mas não foi possível reverter a situação.
O funeral da aluna, de 16 anos, de acordo com a agência funerária, realiza-se no domingo, pelas 15h00, da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Vila Verde, para o cemitério desta localidade do concelho de Seia.
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