Michel propõe-se a combater "extremistas que minam" a UE

Michel propõe-se a combater "extremistas que minam" a UE

“Esta eleição é extremamente importante. […] Este ano de 2024 será um ano eleitoral extraordinário a nível mundial, porque não temos apenas eleições na Europa, [mas] há literalmente eleições nos Estados Unidos, eleições na Índia, na Rússia e é suposto que 50% da população mundial votar no próximo ano. Este é um ponto muito importante para mim, para todos nós, sentimos que estamos numa encruzilhada para o projeto da União Europeia”, disse Charles Michel, falando com vários jornalistas internacionais, incluindo da agência Lusa, em Bruxelas.

Um dia após ter anunciado que iria encabeçar a lista do partido liberal francófono MR às eleições europeias de junho, com vista a poder ocupar um cargo europeu (como o de eurodeputado ou outro) no próximo ciclo institucional, Charles Michel apontou que “as promessas fundamentais de prosperidade, os princípios e valores democráticos e a paz e a segurança estão sob enorme pressão, com regras muito severas na vizinhança direta, incluindo no continente europeu”.

“Nestas circunstâncias, mais do que nunca, é importante que aqueles que, como eu, acreditam sinceramente no valor acrescentado […] da União Europeia se envolvam, sejam ativos, estejam empenhados em defender e também tenham coragem […] quando os populistas ou os extremistas tentam minar o projeto europeu” como ao dizer que “é um erro apoiar a Ucrânia”, vincou o responsável.

Charles Michel justificou a sua candidatura — que, na prática, obrigará a que saia uns meses mais cedo do seu cargo de presidente do Conselho Europeu — com a sua ambição de “defender o reforço do compromisso europeu” na integração económica, na cooperação contra as alterações climáticas e também em matéria de segurança e defesa.

“Tomei a decisão de me candidatar às eleições europeias porque penso que é muito importante apoiar a legitimidade europeia. É frequente ouvirmos algumas críticas sobre a falta de legitimidade europeia e de democracia europeia e, ao fim de quatro anos de participar em decisões muito importantes ao nível da UE é, realmente, importante para prestar contas e apoiar este processo democrático”, disse ainda Charles Michel.

“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para defender a minha visão, as minhas ideias para o futuro da UE e tenho a convicção de que precisamos de reformar a União Europeia e precisamos também de tornar a UE mais soberana, mais poderosa em vários domínios”, adiantou.

Charles Michel, de 48 anos, antigo primeiro-ministro da Bélgica, fez o anúncio no sábado em entrevista a três jornais e na véspera de um encontro do partido, que hoje se realizou.

Hoje mesmo, o partido liberal francófono MR confirmou a candidatura do atual presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, às eleições europeias de junho.

As eleições europeias realizam-se entre 06 e 09 de junho próximo e só depois é que o Conselho Europeu se reunirá para designar o sucessor de Charles Michel.

Terminaria o seu mandato — o segundo — à frente da instituição europeia em novembro próximo, mas dado o anúncio agora feito deverá sair em meados de julho.

Não existem impedimentos legais ou de outra natureza que impeçam Charles Michel de se candidatar às próximas eleições para o Parlamento Europeu.

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