A cidade italiana de Florença foi apelidada de “prostituta” devido ao turismo em massa. Quem o diz é Cecilie Hollberg, diretora da Galleria dell’Accademia, que alberga a estátua de Michelangelo, e provocou uma enorme indignação.
“Quando uma cidade se torna uma prostituta, é difícil voltar a ser virgem. Florença é muito bonita e gostaria que regressasse aos seus cidadãos e não fosse esmagada pelo turismo“, disse Hollberg, em declarações a jornalistas à margem de um evento.
Citada pelo diário La Repubblica, a historiadora considerou que “já é demasiado tarde”, alertando que “não há mais esperança” se não houver um travão no número de turistas.
Mais tarde, a galeria emitiu um comunicado, no qual Hollberg pede desculpa por ter “usado as palavras erradas relativamente a uma cidade” que adora.
“O que eu queria dizer é que Florença deve ser uma testemunha para toda a Itália de um turismo cada vez mais consciente e não de um turismo de atropelamento“, esclareceu.
No entanto, as suas palavras geraram polémica, com o ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano, a afirmar que as declarações foram “sérias e ofensivas” para Florença e para toda a Itália.
O governante ressalvou que irá “avaliar todas as iniciativas apropriadas” na lei em vigor para tomar medidas.
Outras reações de políticos não se fizeram esperar, como o caso da vice-presidente da Câmara de Florença, Alessia Bettini, que se questionou “se a cidade fosse uma prostituta, os florentinos seriam filhos de uma prostituta e os turistas clientes de uma prostituta”. Também o antigo primeiro-ministro, Matteo Renzi, disse que Hollberg “devia pedir desculpa ou demitir-se”.
De recordar que já não é a primeira vez que uma figura italiana manifesta a sua preocupação com o impacto do turismo descontrolado, sobretudo em cidades como Veneza e Florença – onde o centro histórico está repleto de multidões durante grande parte do ano.
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