Marcelo Rebelo de Sousa falava num encontro com emigrantes portugueses na Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória, último ponto das comemorações do Dia de Portugal na África do Sul, que começaram na segunda-feira, na Cidade do Cabo, e passaram também por Joanesburgo.
O chefe de Estado realçou a importância do seu encontro com o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que aceitou o seu convite para visitar Portugal no próximo ano, numa visita de Estado realizada na terça-feira, a meio do programa de comemorações do 10 de Junho.
“O Presidente Ramaphosa vai em março a Portugal. E foi importante esta visita, porque havia um certo afastamento ou desconhecimento entre os dois países”, afirmou, questionando “como é que era possível, com uma comunidade portuguesa tão grande como aquela que existe na África do Sul”.
“Pois foi a abertura de uma nova fase”, considerou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, além da defesa, matéria sobre a qual foi assinado um acordo bilateral na terça-feira, “há tanta coisa que pode avançar, na economia, nas finanças, no investimento, no turismo, na educação, na ciência e na tecnologia”.
“E de repente ficou claro para a África do Sul o que para nós é uma evidência: o que nós podemos ter em conjunto de colaboração, os dois juntos, bilateralmente”, acrescentou.
O Presidente da República defendeu que se deve “preparar já esse trabalho, para em março, quando o Presidente Ramaphosa for a Portugal, ter esse trabalho em curso e ser possível ir mais longe na colaboração entre os dois países”.
O chefe de Estado terminou o seu discurso declarando aos portugueses e lusodescendentes: “Vão ter futuro nesta terra, e vão ter futuras relações entre os dois países, e vai ser prioritário para Portugal o papel da África do Sul, como é o papel de Angola ou de Moçambique”.
“Mas também para a África do Sul vai ser mais evidente como é prioritário Portugal na Europa. Pode ter connosco um relacionamento — em que a comunidade portuguesa tem um papel a desempenhar — que é mais fácil do que com outros países com os quais tem menos afinidades, por muito simpáticos que sejam esses nossos parceiros europeus”, argumentou, observando: “É realismo óbvio”.
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