Vera Kolodzig: "Tenho uma familiar próxima com uma doença mental grave"

A morte de Luís Aleluia, encontrado sem vida na garagem de sua casa na passada sexta-feira, veio trazer para a esfera pública um novo debate sobre a importância da saúde mental. Sensível ao tema, Vera Kolodzig resolveu tornar pública uma reflexão repleta de alertas, ‘queixas’ e revelações. 

“No último mês recebi notícias de dois conhecidos que acabaram com a própria vida. Na minha vida pelo menos mais três. Fez-me pensar muito sobre a quantidade de pessoas doentes de tristeza, sem capacidade de encontrar significado ou ver outras soluções. A tristeza como emoção faz parte, como obsessão é doença”, começou por escrever, lamentando que nem todos consigam ter a ajuda de que necessitavam em tempo útil. 

“Não sabemos mesmo o que está por trás de um sorriso, qual a história que passa pela cabeça de cada um. Pergunto-me o que posso fazer em relação a isto”, continuou. 

Tenho uma familiar próxima com uma doença mental grave e talvez isso me tenha feito querer tanto cuidar da minha saúde mental e falar sobre isso publicamente. A psicoterapia não devia ser um privilégio, devia ser encarada como uma necessidade geral“, defendeu, referindo-se em seguida a um outro caso pessoal de alguém que lhe é muito próximo. 

O meu grande amigo (em tempos namorado) Ruben Maio foi diagnosticado com cancro em fevereiro. Prometeram uma consulta de psicologia, a que todos os doentes oncológicos têm direito. Estamos em junho e nunca foi contactado, mesmo depois de quatro ciclos intensos de quimioterapia. Felizmente está bem, tem acompanhamento psicológico por escolha própria e a sua saúde mental está protegida por isso e por um grupo de apoio forte”, contou. 

Vera lamenta ainda a falta de apoio psicológico “aos familiares que rodeiam doentes oncológicos, mentais ou quem tomou uma decisão drástica”.

“Estes são tantas vezes esquecidos! É muito triste pensar que tantas pessoas não conseguem encontrar significado na vida, um significado mais forte do que acabar com ela – muitas vezes por desequilíbrios químicos não diagnosticados”, referiu. 

Por fim, a atriz reforçou o apelo: “Cuidem da vossa saúde antes de ficarem doentes. Cuidem das vossas emoções antes de serem arrebatados por elas. Acabem com a vergonha e a culpa de pedir ajuda”.

Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) – 213 544 545 

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) – 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) – 239 484 020

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) – 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

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