Embora esta categoria tenha registado uma ligeira queda de dois pontos percentuais em dezembro face a novembro, para 57,8%, continua a ser a principal preocupação dos gestores.
“Legislação e regulação” e “concorrência e modelo de negócio” registaram um aumento de 2%, cada uma, após uma descida em novembro, para 4,3%, o que “sugere uma sensibilidade dos gestores às dinâmicas regulatórias e ao ambiente concorrencial, indicando uma maior atenção a esses fatores”, indica o documento.
Os gestores também se mostraram mais preocupados em dezembro com as áreas da “digitalização, disrupção tecnológica” e “cadeias logísticas, abastecimento”, com uma subida de 0,7%, para 1,7%.
Já as preocupações relacionadas com a “taxa de inflação” e a “contratação e retenção de talentos” permaneceram relativamente estáveis em comparação com o mês anterior.
Em termos de descidas nas preocupações, o documento destaca uma ligeira diminuição nas categorias “impostos e tributação” (de 7,1% em novembro para 6% em dezembro) e na “corrupção” (de 4% para 3,4%).
No entanto, a queda mais pronunciada é observada na preocupação com a “taxa de juro”, que passa de 11,1% em novembro para 7,8% em dezembro, “sugerindo uma resposta sensível às mudanças nas condições de financiamento”, pode ler-se no barómetro.
Quanto ao otimismo, embora continue em valores negativos, a pontuação melhorou em dezembro face a novembro de 2,05 para 2,43.
“Este indicador revela as preocupações com a situação política atual e a incerteza no futuro de curto prazo e revela uma perspetiva cautelosa dos gestores portugueses”, refere-se no documento.
O FAE é, desde 1979, a associação representativa dos gestores portugueses, afirmando contar entre os seus associados com “os administradores e gestores das maiores empresas portuguesas, incluindo 12 CEO [presidentes executivos] do atual PSI”, o principal índice da bolsa de Lisboa.
O Barómetro Mensal dos Gestores Portugueses baseia-se num inquérito mensal aos associados do fórum sobre o que mais preocupa os gestores e administradores de empresas para os 12 meses seguintes, incluindo também o nível de otimismo e pessimismo para esse período.
Com as respostas — numa média entre 170 a 210 — o Fórum dos Administradores e Gestores de Empresas (FAE) constrói um barómetro mensal que indica, mensalmente e numa série longa, a evolução das preocupações e do otimismo dos gestores portugueses.
Leia Também: Atribuição de prémios em cartão “é lesivo” para os funcionários