Economia angolana deve crescer 3,8% em 2023 e desacelerar para 3% em 2024

Segundo o documento, o preço do petróleo acima dos 70 dólares (65 euros) por barril poderá motivar as empresas produtoras no país a aumentar ligeiramente a produção em comparação com os anos anteriores, o que afetará positivamente o crescimento económico.

Por outro lado, esta folga financeira permitirá ao Governo pagar os atrasos internos às empresas fornecedoras de bens e serviços, ao que deverá corresponder um consequente aumento dos níveis de investimentos.

O CEIC perspetiva ainda um aumento dos gastos e investimentos públicos nos próximos anos caso o diferencial entre o preço do petróleo no mercado internacional e o preço de referência no Orçamento Geral do Estado “continue substancialmente positivo”

O documento aborda ainda os planos do governo para os setores da agro-pecuária e pescas (PLANAGRÃO, PLANAPECUÁRIA e PLANAPESCAS) avaliados em cerca de 6,3 mil milhões de dólares (5,8 mil milhões de euros) que “caso sejam bem implementados poderão ter um impacto positivo no crescimento do setor não petrolífero”.

O relatório salienta, por outro lado, que o investimento direto estrangeiro tem sido direcionado maioritariamente para o setor petrolífero, deixando o não petrolífero com poucos recursos, tendo em conta as altas taxas de juros, o nível de burocracia na banca comercial e a dificuldade na obtenção de títulos de propriedade que poderiam servir de colateral, inibindo os empresários de contraírem empréstimos para aumentarem os investimentos.

O CEIC refere ainda a necessidade limitar a corrosão do poder de compra dos angolanos, sendo fundamental haver crescimento económico, estimando, face às perspetivas de crescimento do PIB e da inflação, bem como ganhos de produtividade que a valorização salarial para 2023 poderia situar-se em cerca de 11%.

Aponta ainda para a reformulação das regras do mínimo de existência, a partir do qual se calcula uma aproximação ao salário mínimo, destacando que em alguns países europeus este processo está em curso, desencadeado pelo disparo da inflação.

O relatório indica ainda que a taxa média anual de crescimento do PIB entre 2002 e 2008, quando se iniciou a crise económica e financeira mundial, foi de 11,15%, que teria sido suficiente para duplicar o rendimento médio por habitante em dez anos.

  

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