De "muito igual" ao "realismo". Partidos reagem ao apelo de Marcelo

De "muito igual" ao "realismo". Partidos reagem ao apelo de Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu as boas vindas a 2024 com a sua tradicional mensagem de Ano Novo, este domingo – e os partidos não demoraram a reagir.

Numa comunicação feita a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado apelou, sobretudo, à mobilização ao voto – nas europeias, nos Açores, e já na próxima ida às urnas, a 10 de março.

Após falar do panorama internacional, Marcelo focou-se em Portugal, relembrando o anúncio de demissão de António Costa, que abandona o cargo de primeiro-ministro. “Ficou claro que depois da legítima decisão pessoal de cessar funções de quem foi o 2.º mais longo chefe de Governo em democracia e o mais longo neste século, deveremos estar todos atentos e motivados para as eleições de março, para percebermos como vais ser o tempo imediato em Portugal – na avaliação, como na escolha. Numa palavra, 2023 acabou com mais desafios e mais difíceis do que aqueles com que havia começado”.

Marcelo apela ao voto num 2024 “mais decisivo”. “Povo é quem mais ordena”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou, esta segunda-feira, a tradicional mensagem de Ano Novo ao país, numa altura em que Portugal se encontra a dois meses das eleições antecipadas, marcadas para para 10 de março.

Notícias ao Minuto | 20:06 – 01/01/2024

Marcelo relembrou ainda que 2024 é o ano em que se assinalam 50 anos de democracia em Portugal, notando: “Sabemos que o voto não é tudo, mas sem voto não há nem liberdade, nem democracia”. E, em jeito de despedida, afirmou: “Desde 1974, entre nós, é o povo – e ó o povo quem mais ordena, quem mais decide, a pensar no seu futuro, a pensar no futuro de Portugal”.

As reações

Partido Social Democrata

A vice-presidente do partido Margarida Balseiro Lopes destacou o “realismo” da mensagem de Ano Novo do Presidente da República e garantiu que o PSD está a “construir uma alternativa” para dar resposta aos desafios de 2024. A social-democrata considerou também que o “realismo” de Marcelo Rebelo de Sousa “contrasta com o tom do discurso do Governo, em particular do primeiro-ministro”.

Partido Socialista

O presidente do PS, Carlos César, disse que a decisão de dissolver a Assembleia da República reforçou o clima de incerteza e disse partilhar das preocupações do Presidente da República na sua mensagem de Ano Novo. “Infelizmente, no plano nacional, a decisão de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas, tomada pelo Presidente da República, reforçou o clima de incerteza e prejudicou a confiança num percurso de expectativas económicas seguras que estavam a ser alcançados”, afirmou.

De acordo com o socialista, a resposta de um PS “rejuvenescido é oferecer a segurança, tranquilidade e a estabilidade necessárias”.

Carlos César pediu aos portugueses que “emprestem a confiança para, com Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro de Portugal, consolidar-se os sucessos alcançados, corrigir os erros cometidos e avançar-se mais depressa e com mais firmeza seja na saúde, na educação, na habitação e noutros setores”.

Bloco de Esquerda

O bloquista Luís Fazenda referiu que o partido acompanhava a mensagem deixada, sobretudo no apelo ao voto e participação nas próximas eleições legislativas, em que o partido espera “uma grande viragem na política portuguesa”.

“Acompanhamos a mensagem do Presidente da República, o apelo ao voto, o apelo à responsabilidade e sobretudo a necessidade de uma grande viragem na política portuguesa. Esperemos que 10 de março seja exatamente essa etapa”, explicou.

Iniciativa Liberal

Já o presidente da IL, Rui Rocha, afirmou que o “ponto fundamental” da mensagem de Ano Novo do Presidente da República é que “é preciso fazer mais” em 2024.

“E se queremos fazer mais, é evidente que não podem ser os mesmos que estiveram até agora a fazer, porque não tem sido suficiente”, declarou.

Rui Rocha defendeu que “só vale a pena mudar de governo para mudar o país, porque se for para ser igual, vai ser mais do mesmo e isso já não é suficiente para Portugal e para os portugueses”.

Chega

Por sua vez, o líder do Chega, André Ventura, destacou clareza e coerência no apelo ao voto da mensagem. “Uma mensagem muito coerente e ao mesmo tempo muito clara no apelo ao voto”, sublinhou.

Para Ventura, na mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa deixou também “um apelo muito forte” ao dizer que “se nada muda” é porque os portugueses “não querem, não saem de casa para votar”.

Esta mensagem pode parecer simplista, mas não é. Num país que tem altos níveis de abstenção, em que muitas vezes os portugueses se esquecem ou não querem participar no ato democrático, Marcelo lembrou que o país é o que nós quisermos”, apontou.

Livre

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, considerou que a mensagem deixada esta segunda-feira é “muito igual” à de outros líderes políticos na quadra natalícia, alertando que 2023 deixa Portugal “perante uma situação de uma grande indecisão”.

“Creio que o senhor Presidente da República terá dito algumas dezenas de vezes ‘ficou claro’. Quando um político sente muita necessidade de dizer ‘ficou claro’ é porque estamos a atravessar um dos momentos de maior incerteza em que nada ao contrário do que foi dito ficou claro. O ano de 2023 deixa-nos perante uma situação de uma grande indecisão”, defendeu.

PCP

O ex-líder parlamentar do PCP João Oliveira considerou que Marcelo constatou os “problemas que o país atravessa”, afirmando que é preciso mudar de políticas.

“A mensagem do Presidente da República é essencialmente uma mensagem de constatação dos problemas que o país atravessa. O senhor Presidente da República entendeu dar destaque à identificação desse elenco de problemas que afetam a vida dos portugueses”, realçou o dirigente comunista.

PAN 
Em reação, o PAN defendeu hoje “contas certas que garantam a qualidade de vida”. A porta-voz do partido, Inês Sousa Real, optou por sublinhar as causas que ficaram de fora e que um grupo parlamentar pode retomar.

“Para o PAN é preciso que no próximo dia 10 de março se garanta não só a força, no caso um grupo parlamentar, para podermos retomar as causas e colocar as causas no centro político da nossa atividade, para que Portugal possa ter um maior combate à violência doméstica, que não desapareceu como pano de fundo e não esteve presente nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa”, criticou a deputada única do PAN.

A habitação e a “crise habitacional”, com mais de 10 mil pessoas em situação de sem-abrigo, é outras das omissões na mensagem do chefe de Estado apontada por Sousa Real que defendeu que a erradicação da pobreza tem de ser “um desiderato” do país, assim como o acesso à habitação.

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