As medidas e promessas. AD garante que o "bom governo está a caminho"

A ‘Convenção por Portugal’, da Aliança Democrática (AD), decorreu no domingo, no auditório do Centro de Congressos do Estoril. Entre promessas e medidas, as palavras “esperança”, “vitória” e “futuro” marcaram os discursos das várias figuras políticas presentes no evento.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, reiterou que governará somente se for eleito pelos portugueses e reafirmou que com a AD “podem confiar que esse bom governo está a caminho”. Houve ainda espaço para deixar algumas farpas ao Partido Socialista (PS) e ao secretário-geral Pedro Nuno Santos. “Podem confiar que o futuro começa agora e que vamos tirar Portugal do sítio onde os socialistas o colocaram”, garantiu Montenegro.

A convenção ficou ainda marcada pela aparição surpresa de Pedro Santana Lopes, que se desfiliou do PSD para fundar então o partido Aliança, e pela ausência de Pedro Passos Coelho, que não foi convidado. 

Mas quais foram as principais ‘conclusões’ do encontro?

As medidas. Redução do IRC e do IRS para jovens e classe média

A AD fez três promessas, começando por garantir que com “a AD, os jovens pagarão uma taxa máxima de IRS até aos 35 anos e ficarão isentos do pagamento de IMT na compra da primeira habitação”

Em segundo lugar, foi prometido uma redução do IRS em todos os escalões, “exceção feita ao último”. E, por fim, a AD anunciou que pretende reduzir o IRS em dois pontos por ano até aos 15% até ao final da legislatura.

Jovens, pensionistas, saúde e educação. As promessas

O líder do PSD considerou que é “altura de nos reconciliarmos com os pensionistas e com os reformados”. Assim, a AD tenciona aumentar o valor de referência do complemento solidário para idosos “para 820 euros, numa primeira legislatura”, e igualá-lo ao salário mínimo nacional, numa segunda legislatura.

Montenegro deixou ainda a garantia de impor para os jovens uma isenção do IMT na compra da primeira habitação e comparticipação do Estado a 100% no empréstimo bancário.

Houve ainda espaço para Montenegro deixar a garantia de que o governo da AD aprovará, nos primeiro 60 dias do seu mandato, um plano de emergência para a área da Saúde, que permitirá, até 2025, este projeto pretende acabar com as listas de espera e dar uma resposta no campo da medicina familiar. Nos primeiros 60 dias, as reinvindicações na educação serão “encerradas”.

Montenegro acusa PS de incompetência e diz que AD é “alternativa”

Na sua intervenção, o presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou que o governo de António Costa foi um dos mais “incompetentes” e que os “portugueses sabem qual é a alternativa”, deixando a garantia que a AD fará “da competência” o seu “compromisso”. Montenegro defendeu que “governar não é entrar em aventuras, é tratar de alocar recursos que são escassos para resolver problemas profundos”.

Afirmou, ainda, que nas próximas eleições Legislativas os portugueses escolhem entre “este socialismo e o esquema de pobreza, estagnação e infelicidade”, ou uma “estratégia para criar mais riqueza, melhores salários e dar condições para as pessoas terem projetos felizes e possam ficar a viver e a executar esses projetos junto das suas famílias”.

AD “não é coisa do passado, é coisa do presente”

Já o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, abriu os discursos da convenção para deixar a garantia de que o “único governo” que a Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM) vai viabilizar é destes partidos e pediu a André Ventura para não “tresler o pensamento dos outros”.

Nuno Melo lançou críticas, sobretudo ao PS, mas também ao BE e ao Chega, partidos que comparou ao afirmar que em “comum, Mariana Mortágua e André Ventura têm a capacidade de levar Portugal à bancarrota de José Sócrates”. Melo sustentou que a AD “não é coisa do passado, é coisa do presente” e considerou que “votar neste PS é mais ou menos como comprar um bilhete para viajar no Titanic, mas sabendo-se que vai afundar”.

“A 10 de março a AD deve vencer e o PS deve ir para a oposição”

Por sua vez, Paulo Portas, antigo vice-primeiro-ministro, avisou que as Legislativas de 10 de março ainda não estão decididas e que deve ser a AD a vencer as eleições. “A 10 de março, a AD deve vencer, deve vencer com margem, o PS deve ir para a oposição, será bom para Portugal e para o próprio PS ter uma cura de oposição. Portugal deve ter um novo governo e esse governo deve ser um governo de mudança”, apelou.

Portas apontou que “só o PS pode fazer pior do que o PS” e fez várias críticas a Pedro Nuno Santos em várias áreas, como a saúde, educação, TAP e ainda impostos. “Um político que revela tanta leviandade e tanta amnésia não é o mais qualificado para chefiar o Governo de Portugal”, atirou sobre o secretário-geral socialista. 

“Miséria vem do socialismo” 

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, criticou não só a governação PS e o atual secretário-geral Pedro Nuno Santos, como pediu aos eleitores que tenham “tentações populistas” e que tenham “cuidado” com os exemplos do que estes movimentos e políticos fizeram quando chegaram ao poder.

Moedas salientou que “a miséria que vivemos em muitos setores vem destes anos de socialismo” e considerou que a AD “tem m projeto que pode mudar Portugal, no sentido de termos uma vida melhor. As pessoas estão cansadas, as pessoas estão resignadas”.

Montenegro? “Fez um trabalho extraordinário”. A surpresa de Santana

Pedro Santana Lopes foi a surpresa do dia e no seu discurso admitiu que “a discordância faz parte da vida”. Um dos aspetos mais elogiados por Santana Lopes foi o facto de Luís Montenegro ter agido “como um líder carismático e determinado” quando assumiu uma posição clara e disse que só governa “se ganhar as eleições” legislativas de 10 de março.

O atual presidente independente da Câmara da Figueira da Foz quis ainda desconstruir a ideia de que “Luís Montenegro não tem experiência de Governo”. “Luís Montenegro fez um trabalho extraordinário onde provou a competência no conhecimento dos dossiês, o seu método, o seu rigor, sem uma falha”, elogiou.

Admitindo que “ser governo é muito difícil” numa altura daquelas, para Santana Lopes ser então líder parlamentar do PSD, como foi Montenegro “a dar a cara”, “é muito, muito, muito difícil”.

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