Unidade católica de apoio a dependentes químicos e viciados é inaugurada no AP

Unidade católica de apoio a dependentes químicos e viciados é inaugurada no AP


Fazenda da Esperança vai atender de forma humanitária usuários de álcool e drogas, além de portadores de outros vícios, como jogos. Inauguração aconteceu neste domingo (22). Fazenda da Esperança fica na Zona Rural de Macapá
John Pacheco/G1
Com missa presidida pelo bispo Dom Pedro Conti e vendas beneficentes, foi inaugurada neste domingo (22) a primeira unidade da Fazenda da Esperança no Amapá. Sem fins lucrativos, a iniciativa da Igreja Católica ajuda dependentes químicos através da solidariedade e da cooperação.
O primeiro espaço no estado está localizado num ramal com acesso pela Rodovia AP-010, na Zona Rural de Macapá. A fazenda conta com alojamentos, áreas de convivência e salas para orientação. O apoio aos pacientes será feito por voluntários e ex-dependentes da Fazenda.
O espaço inicial poderá atender até seis pessoas simultâneamente, mas a área vai aumentar nos próximos meses. A adesão ao tratamento é pessoal e a Fazenda recebe as pessoas que se dispuserem a ser cuidadas. Elas devem escrever uma carta de próprio punho solicitando ajuda.
Missa marcou inauguração do espaço para atendimento terapêutico
John Pacheco/G1
Além dos dependentes de álcool e drogas químicas, a unidade recebe também pessoas que sofrem de outros vícios, como jogos e compulsão.
“Nossa metodologia é amar e através do amor, a palavra e o respeito, a gente consegue fazer homens novos. Tentamos mudar o conceito porque o jovem está destruído, abalado e através da humildade conseguimos trazer essas pessoas de volta”, disse Marco Antônio Alves, ex-dependente e responsável pela Fazenda no estado.
Marco Antônio Alves, ex-dependente e responsável pela Fazenda no Amapá
John Pacheco/G1
Além da missa, o lançamento contou com venda de doces, biscoitos e acesssórios com o objetivo de arrecadar fundos para a manutenção inicial do espaço. A proposta da Fazenda da Esperança é o autosustento, com os voluntários e dependentes produzindo tudo que for consumido.
“Teremos aqui no espaço, padaria, horta, animais, cultivo, campo. São várias atividades, o jovem cozinha, limpa, se distrai, e claro, tem os momentos de convivência e diversão. A ideia é estar sempre junto com eles”, completou Alves, destacando que o local atenderá apenas homens.
Produtos foram vendidos para arrecadar recursos para a Fazenda
John Pacheco/G1
A comunidade terapêutica no Amapá faz parte de uma rede que está em 137 unidades espalhadas por 22 países, onde experiências são compartilhadas e pacientes tornam-se voluntários, como no caso do estrangeiro Ângelo Gonçalves, de Cabo Verde na África.
Dependente de maconha e outras drogas, ele foi recrutado para atravessar o Oceano Atlântico e dar continuidade ao tratamento de um ano no Amapá. Ao fim dos 12 meses, ele pretende continuar ajudando outras pessoas a se livrarem do mesmo vício que destruiu suas oportunidades, como emprego e família.
“A Fazenda da Esperança tem tudo para dar certo aqui, porque já deu certo em Cabo Verde. Foi recrutado e compreendi que os dependentes são tratados como humanos e percebi que melhorei bastante em termos de comportamentos e atitudes”, completou Gonçalves.
Ângelo Gonçalves veio de Cabo Verde, na África, para terminar tratamento no Amapá
John Pacheco/G1
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