“Parece-me óbvio que já deveria ter resolvido. É um problema que se arrasta há demasiado tempo”, alertou Mariana Mortágua.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa, a dirigente bloquista considerou que o executivo socialista está numa “gestão um pouco aleatória”.
“O mesmo Governo em gestão que consegue resolver alguns dos problemas e que lança alguns projetos na saúde, na agricultura, depois diz-se incapaz para resolver uma questão tão premente. É muito importante que exista [por parte] do Governo um compromisso e uma resposta”, salientou.
Para Mariana Mortágua, as forças de segurança “têm razão” quando reivindicam por melhores salários.
“[Os elementos da PSP e da GNR] vivem com salários estagnados há demasiado tempo, têm dificuldades profissionais (…) como tantos outros profissionais que trabalham para o Estado e garantem serviços sociais. E enfrentam esta desigualdade relativamente ao subsídio de risco que foi dado à Polícia Judiciária [PJ]. Os polícias têm toda a razão e têm o direito ao protesto e a fazerem-se ouvir”, realçou.
A líder do BE, no entanto, avisou que é importante que as forças de segurança “não percam” a razão com “atos de protesto que não só são ilegais como põem em causa o processo democrático e podem pôr em causa as eleições”.
“A melhor forma de evitar isso é que haja uma pacificação e a pacificação consegue-se quando o Governo responde a reivindicações que são legítimas”, acrescentou.
Os elementos PSP e da GNR têm protagonizado protestos vários para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.
A contestação começou há quatro semanas na sequência da iniciativa do agente Pedro Costa, que depois se alargou a todo o país.
A maioria dos protestos tem sido convocada através das redes sociais, nomeadamente ‘WhatsApp’ e ‘Telegram’, surgindo nos últimos dias um movimento inorgânico chamado ‘movimento inop’ que não têm qualquer intervenção dos sindicatos, apesar de existir uma plataforma que congrega sindicatos da PSP e associações da GNR, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Leia Também: BE defende “comparticipação de 90%” em medicamentos para a diabetes