BdP mantém crescimento do PIB para este ano mas revê em baixa para 2024

BdP mantém crescimento do PIB para este ano mas revê em baixa para 2024

No Boletim Económico de dezembro, a instituição liderada por Mário Centeno vê a economia portuguesa a crescer 2,1% em 2023, projeta um abrandamento em 2024, para 1,2%, e uma recuperação do crescimento nos anos seguintes, para 2,2%, em 2025 e 2,0% em 2026.

Em outubro, apontava para uma taxa de 2,1% este ano, 1,5% em 2024 e 2,1% em 2025, em linha com a previsão do Governo no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) que prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% este ano e de 1,5% em 2024.

A sustentar o crescimento estará o dinamismo do investimento e das exportações, enquanto “o consumo privado e o consumo público deverão continuar a perder peso”.

A formação bruta de capital fixo deverá acelerar para 2,4% em 2024, expandindo-se 5,2% e 4,1% nos dois anos seguintes, enquanto as exportações deverão crescer a um ritmo mais contido do que em anos anteriores (3,4%, em média, em 2023-26), devido ao menor dinamismo da procura externa.

Prevê ainda que o consumo privado “deverá crescer de forma moderada, 1% em 2023-24 e, a partir daí, em torno de 1,6%, num contexto de ganhos do rendimento disponível real”. Já a taxa de poupança deverá aumentar em 2024, mantendo-se acima de 8%.

O BdP sublinha que “o mercado de trabalho continua a apresentar uma situação favorável, apesar da quase estabilização do emprego, esperando-se um aumento dos salários reais” e projeta uma taxa de desemprego de 6,5% este ano, de 7,1% em 2024 e de 7,3% em 2025.

O banco central explica que o crescimento da economia estagnou no segundo e terceiro trimestres de 2023 e deverá manter um crescimento baixo no quarto trimestre.

“A evolução recente da atividade reflete a fraqueza da procura externa, os efeitos cumulativos da inflação e a maior restritividade da política monetária, que se transmitiu às condições de financiamento dos agentes económicos”, explica o relatório.

A instituição liderada por Centeno destaca que a subida de taxas de juro tem um impacto negativo mais rápido no setor industrial, com os serviços a evidenciarem maior resiliência.

“Esta resiliência dos serviços tem suportado a manutenção de uma situação favorável no mercado de trabalho, não obstante algum abrandamento recente do emprego”, refere.

Em termos trimestrais, prevê que o crescimento irá recuperar “de forma muito gradual ao longo de 2024”.

 

BdP (mais otimista) que Governo prevê excedente de 1,1% este ano

O BdP prevê um excedente orçamental de 1,1% do PIB este ano, acima dos 0,8% esperados pelo Governo, e que o rácio da dívida caia para 101,4%, segundo as previsões hoje divulgados.

“Estima-se que o excedente este ano possa atingir 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 0,8% previstos no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024)”, indica o Boletim Económico de dezembro.

A instituição liderada por Mário Centeno assinala, contudo, que apesar deste efeito base positivo, “o cenário macroeconómico menos favorável coloca o saldo previsto para 2024 em 0,1%”, próximo dos 0,2% previstos no OE2024, entregue pelo executivo em outubro.

O Banco de Portugal (BdP) prevê ainda um rácio da dívida pública de 101,4% este ano, de 96,8% em 2024, de 92,3% em 2025 e de 87,9% em 2026.

A previsão do banco central pressupõe um “cenário de excedentes primários em torno de 2,5% do PIB e de manutenção do diferencial negativo entre a taxa de juro implícita da dívida e o crescimento nominal do PIB”.

No OE2024, a previsão do Ministério das Finanças para o peso da dívida pública é de 103% este ano e de 98,9% em 2024.

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