O candidato à liderança do Partido Socialista (PS) José Luís Carneiro criticou, esta quinta-feira, o adversário Pedro Nuno Santos por recusar participar em debates com os restantes candidatos, considerando que “os monólogos não são próprios das democracias”.
O ainda ministro da Administração Interna mostrou as “provas” que demonstram que “o debate democrático pode ser mesmo útil para a afirmação do Partido Socialista”, recordando algumas das últimas eleições do PS.
“Os monólogos não são próprios das democracias. O que é próprio das democracias é debatermos, refletirmos, apresentarmos propostas”, disse aos jornalistas, acrescentando que o “Partido Socialista sairá mais forte se houver debate entre todos os candidatos”.
“Peço ao Pedro Nuno [Santos] que reavalie a sua decisão. António Guterres disputou a liderança com Jorge Sampaio, ganhou e veio a ser primeiro-ministro. Há outro exemplo do José Sócrates que disputou com o nosso fundador Manuel Alegre, ganhou e foi primeiro-ministro. E depois António Costa com António José Seguro”, acrescentou.
“Isto demonstra que o debate democrático fortalece a vida interna dos partidos. Fortalece a democracia”, frisou.
Na quarta-feira, em entrevista à CNN Portugal, José Luís Carneiro manifestou-se disponível para debates públicos com os seus adversários na corrida ao cargo de secretário-geral do PS: Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.
Contudo, esta quinta-feira, o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação rejeitou a ideia, considerando que esses confrontos iriam “dar argumentos à Direita”, alegando que já existem “muitos espaços” para discutir internamente.
“Nós temos muitos espaços para debater com os nossos camaradas, esse trabalho será feito pelas diversas candidaturas, temos entrevistas, temos a participação em encontros com militantes onde a comunicação social está… É mais do que suficiente”, afirmou Pedro Nuno Santos.
As eleições diretas do Partido Socialista realizam-se entre os dias 15 e 16 de dezembro e o vencedor irá suceder a António Costa.
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