Ex-trabalhadores da Galp de Matosinhos inscritos no curso de maquinista

 

“Foram enviadas até ao dia 20 de junho 124 convocatórias para a realização de testes médicos e psicológicos, que resultaram em apenas 27 manifestações de interesse”, afirmou Domingos Lopes aos deputados da Comissão de Ambiente e Energia, na Assembleia da República.

Segundo o responsável do IEFP, desses, “24 já realizaram os testes psicológicos e realizarão os testes médicos na próxima semana, e no dia 03 de julho os restantes três realizarão os testes psicológicos”.

O responsável foi ouvido, juntamente com a delegada regional do Norte do IEFP, Carla Vale, e com o presidente da Comissão da Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), sobre “o abandono a que estão votados os ex-trabalhadores da refinaria de Matosinhos da Galp”, conforme consta do requerimento do BE.

Domingos Lopes tinha já dito, anteriormente, que gosta que “seja o mais rápido possível”, mas não é possível “dispensar os procedimentos” de contratação pública, “que têm os seus prazos, os seus ‘timings’, os seus imprevistos”.

“Demorou um pouco mais do que devia, e só no passado dia 21 de junho é que foi adjudicada a questão da entidade formadora”, reconheceu, já que o IEFP não tem capacidade própria para formar maquinistas.

Já o presidente da CCDR-N, António Cunha, disse que no total estão em causa 172 trabalhadores que foram despedidos da Galp, “um grupo de 136 despedido inicialmente em 2021, depois mais 36 em 2022”, e neste momento 55 estão inscritos no IEFP a receber subsídio de desemprego.

“Haverá outros 14 trabalhadores que estão em planos de formação, em cursos de formação, outros em tempo parcial, 38 que arranjaram outros empregos e 34 que se reformaram”, completou.

Segundo António Cunha, há um grupo de trabalhadores que “tem uma expectativa elevada” sobre o próximo emprego, pois tinham condições salariais “acima da média” na refinaria da Galp, e “tinham, sobretudo, regalias sociais muito elevadas e níveis de formação muito elevados, nomeadamente em aspetos ligados à segurança da indústria química”.

“Por isso o seu posicionamento perante as ofertas formativas são sempre posicionamentos de alguma exigência”, disse António Cunha, acrescentando que “como o processo foi algo moroso do ponto de vista da sua implementação, da parte dos trabalhadores houve sempre um aguardar para ver como é que ficava a sua situação face ao curso de maquinista, porque é, decididamente, a sua primeira opção”.

O encerramento da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais.

A Câmara Municipal de Matosinhos constituiu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria, e, em fevereiro de 2022, a Galp, a autarquia e a Comissão de CCDR-N adiantaram que a antiga refinaria daria lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.

Já este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul.

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