“Amanhã [quarta-feira] vamos ter um dia nacional de luta de norte a sul e também nas ilhas, com os setores tanto da administração pública como do privado, com um conjunto de plenários muito alargado, com os trabalhadores a irem para a porta dos locais do trabalho para exigirem os seus direitos”, disse à Lusa a dirigente da CGTP Ana Pires.
Os trabalhadores “têm uma reivindicação central, que é também a reivindicação da própria ação nacional, de aumentar salários, garantir direitos e contra o aumento do custo de vida”, sublinhou a sindicalista, acrescentando que é preciso “responder às condições de vida difíceis dos trabalhadores” que enfrentam o aumento dos preços dos bens essenciais e da habitação.
Segundo Ana Pires, está previsto um conjunto de ações alargadas que incluem concentrações e greves em vários setores, do público ao privado, que poderão ter impacto na indústria alimentar, indústria metalúrgica, hotelaria e no comércio, que tem agendada uma greve nacional na grande distribuição.
Na administração pública, a greve nacional dos enfermeiros, que começa na quarta-feira, também poderá afetar o setor da saúde e, nas autarquias, “onde estão marcadas mais de 50 ações de luta” os efeitos também devem ser sentidos, indicou.
Para a CGTP, “é urgente o aumento geral dos salários e das pensões, pôr fim à especulação que beneficia os grandes grupos económicos, controlar e reduzir os preços de bens e serviços essenciais, taxar os lucros das grandes empresas e alterar o rumo da política que tem vindo a ser seguida e que empurra um número crescente de trabalhadores para a pobreza”.
Entre as ações previstas incluem-se plenários, concentrações e greves em várias câmaras municipais do país e em empresas como a Matutano, Lactogal, Nobre, lojas EDP e Grupo Altice.
Estão ainda previstas manifestações em Lisboa e no Porto, com início às 15:00.
Na quinta-feira, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, disse à Lusa esperar um grande dia de luta nacional.
“Estamos confiantes de que o dia 28 de junho vai ser um grande dia nacional de luta, com muitos milhares de trabalhadores a exigirem respostas aos seus problemas: aumentar salários, garantir direitos, contra o aumento do custo de vida, pelo direito à saúde e à habitação”, disse Camarinha, no final da reunião do Conselho Nacional.
A CGTP reivindica um aumento dos salários para todos os trabalhadores em, pelo menos, 10% com um mínimo de 100 euros, a subida do salário mínimo para 850 euros e outras medidas que respondam ao aumento do custo de vida.
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