Depois do “presente de aniversário” há um ano — a compra pelo município das duas salas de cinema do edifício Avenida onde já estava a funcionar -, a Casa do Cinema de Coimbra espera agora pelo protocolo que permita enquadrar e formalizar o seu funcionamento naquele espaço, disse hoje Tiago Santos, diretor do festival Caminhos, entidade que gere aquele espaço juntamente com o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) e a Fila K Cineclube.
“Estamos a trabalhar nesse modelo e é algo que já começámos a dialogar. Estamos a estudar as bases gerais das três associações, mas é algo que urge resolver”, afirmou Tiago Santos, durante a conferência de imprensa de apresentação do programa do 2.º aniversário da Casa do Cinema de Coimbra, que assegura programação independente de cinema na cidade.
O eventual protocolo com a Câmara de Coimbra irá permitir à Casa do Cinema de Coimbra “aspirar a financiamentos para benfeitorias da sala”, bem como procurar “outros financiamentos” e uma “maior confiança para pedir apoios à administração central ou europeia”.
Segundo Tiago Santos, a Casa do Cinema de Coimbra registou “mais de 30 mil espectadores” no espaço de dois anos, num processo de crescimento estruturado, assegurando agora sete dias de projeção por semana.
Apesar de já não ser a situação precária de 2021, o responsável admite que ainda não é ideal, “navegando-se ao sabor da maré”.
“Não é a melhor forma de produção cultural, mas é a possível”, admitiu.
Também presente na conferência de imprensa, o chefe da Divisão de Cultura da Câmara de Coimbra, Rafael Nascimento, sublinhou que o município está a trabalhar nesse protocolo que possa formalizar “a ação das associações neste espaço”, referindo que há questões técnicas associadas às salas de cinema (localizadas dentro do edifício Avenida) que será necessário resolver.
O responsável referiu que espera que a situação possa ficar resolvida ainda durante este ano.
Entre 11 e 17 de maio, aquele espaço apresenta um programa com 21 filmes, dos quais nove em antestreia e três em estreia nacional.
Pelo espaço, serão exibidos, entre outros, ‘Vadio’, de Simão Cayatte, ‘A Noiva’, de Sérgio Tréfaut, ‘A Portuguesa’, de Rita Azevedo Gomes, o díptico de João Canijo ‘Viver Mal’ e ‘Mal Viver’, e ainda a antestreia de ‘Cidade Rabat’, de Susana Nobre.
Nesta programação, haverá também espaço para o documentário, com a exibição, em antestreia, de ‘Marcha sobre Roma’, de Mark Cousins, ‘Umberto Eco – La Biblioteca del Mondo’, de Davide Ferrario e ‘Marinheiro das Montanhas’, de Karim Aïnouz.
Durante a celebração do aniversário, serão também exibidos filmes produzidos em ambiente de contexto escolar.
Segundo a Casa do Cinema de Coimbra, o cinema português representa, este ano, 20% das obras projetadas e 43% do público total.
Leia Também: ‘Safe Place’ do croata Juraj Lerotic venceu Grande Prémio do IndieLisboa