O presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chau Sau San, disse que mais de 100 instituições já se registaram junto da central de depósito de valores mobiliários do território, incluindo 67 oriundas do exterior e da China.
Na cerimónia do segundo aniversário da central de depósito, detida pela AMCM, Benjamin Chau destacou as três emissões de dívida por parte do Governo Central chinês e outras tantas efetuadas pelas autoridades da vizinha província de Guangdong.
Em setembro, o Governo chinês emitiu títulos de dívida no valor de cinco mil milhões de renminbi (650,3 milhões de euros), pouco mais de um ano depois de ter emitido títulos no valor de três mil milhões de renminbi (390,3 milhões de euros) em Macau.
O dirigente prometeu continuar a trabalhar para transformar o setor financeiro de Macau numa plataforma que “ligue à China continental e ao mundo” e que apoie a internacionalização da moeda chinesa, o renmimbi, num discurso citado pela imprensa local.
Em janeiro deste ano, a AMCM começou a atribuir um número internacional de identificação a obrigações, tornando mais rápida a emissão e facilitando a negociação, mesmo fora da região chinesa.
O Governo de Macau tem defendido uma aposta no setor financeiro para diversificar a economia, muito dependente dos casinos, mas não tem ainda data para a criação de uma bolsa de valores ‘offshore’, denominada em renmimbi.
Em março, o antigo diretor da bolsa de valores de Hong Kong lançou em Macau uma nova bolsa, baseada em tecnologia ‘blockchain’, que quer ajudar micro e pequenas empresas chinesas a atrair investimento estrangeiro.
Ao contrário das bolsas convencionais, onde as transações envolvem títulos de dívida e ações de empresas, a Micro Connect (Macau) Financial Assets Exchange lista um novo produto financeiro: certificados que dão aos investidores uma parte das receitas diárias de empresas.
Em novembro passado, o parlamento de Macau aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o setor, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, disse na altura Benjamin Chan.
As autoridades têm ligado a criação de uma bolsa ao papel que Macau tem assumido enquanto plataforma de serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.
A central de depósito de valores mobiliários de Macau foi inaugurada em dezembro de 2021.
Na altura o presidente e CEO do Banco Nacional Ultramarino (BNU), Carlos Cid Alvares, disse à Lusa ter a “ambição de ligar este mercado aos Países de Língua Portuguesa”.
Em maio de 2019, Portugal tornou-se o primeiro país da zona euro a emitir dívida na moeda chinesa, no valor de dois milhões de renminbi (255,2 milhões de euros).
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