“Tendo como base a Tarifa Açores [permite aos residentes viagens de qualquer ilha para outra, ao preço máximo final de 60 euros para uma viagem de ida e volta], que é para manter, iremos retomar o transporte marítimo de passageiros e viaturas, contribuindo para estimular o desenvolvimento do mercado interno e criando as condições para uma melhor mobilidade de pessoas e bens entre as ilhas da nossa região”, afirmou Vasco Cordeiro.
O também presidente do PS/Açores discursava na Lagoa, ilha de São Miguel, na apresentação do programa eleitoral e dos candidatos por este círculo, que lidera.
Ainda ao nível dos transportes, e referindo-se à privatização da Azores Airlines, Vasco Cordeiro, que foi presidente do executivo regional entre 2012 e 2020, declarou que “este é um compromisso assumido pela região junto da Comissão Europeia que o Governo Regional do PS honrará”.
“E honrá-lo-á não apenas porque é um compromisso, mas também porque a entrada de um parceiro privado para a Azores Airlines é algo do interesse da própria companhia, da sua vitalidade, da sua sustentabilidade”, assegurou na primeira ação da campanha eleitoral, que hoje começou no arquipélago,
Apresentando as linhas estratégicas do programa – coesão, autonomia e demografia -, o candidato elencou, depois, um conjunto de propostas para a educação, saúde e habitação, bem como para a agricultura, pescas ou turismo.
Vasco Cordeiro garantiu como uma das “propostas fundamentais” num futuro governo socialista a criação de uma Agenda para a Valorização do Capital Humano nos Açores”, para “a valorização do trabalho”, assim como dos rendimentos e das profissões, “assente no aumento da produtividade, da riqueza criada e das competências adquiridas pelos trabalhadores”.
Sobre a administração pública regional, defendeu ser “preciso voltar a respeitar os funcionários públicos, para que não sejam alvo de perseguições e de joguetes políticos e de promoções pessoais”.
Garantindo que, “ao contrário do atual Governo [PSD/CDS-PP/PPM], os funcionários públicos não entram pela porta dos fundos”, o candidato assegurou que, com o PS, os lugares de nomeação política na administração regional vão diminuir, assim como se compromete a “cortar nas nomeações para os gabinetes dos membros do governo”.
“Além disso, queremos implementar medidas inovadoras de funcionamento da administração regional, seja com recurso a novas tecnologias, seja, por exemplo, com a implementação, numa primeira fase, como projeto piloto, da semana de quatro dias de trabalho na administração direta, para posterior alargamento à administração indireta da região”, acrescentou Vasco Cordeiro.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
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