Segundo explicou o diretor do TJLS à agência Lusa, a iniciativa integra-se na política de acesso e inclusão daquelas salas municipais, que tem vindo a ser reforçada desde 2022.
“A partir do momento em que integrámos a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses e tivemos apoio à programação no âmbito da candidatura à DGArtes, surgiu a ideia de aproveitar esse fôlego financeiro para acelerar e potenciar o nosso trabalho de inclusão”, contou José Pires.
O repto lançado num vídeo dirigido à população surda, para que comunique o interesse em assistir à programação dos dois teatros de Leiria e assim garantir a presença de intérprete de LGP, é o mais recente passo.
“Queremos trabalhar com mais antecedência este tipo de público, porque já tivemos anteriormente espetáculos com LGP e audiodescrição e não tivemos espetadores com essas necessidades especiais”, acrescentou o diretor do TJLS.
Integradas da Rede de Teatros com Programação Acessível (RTPA), as duas salas têm o compromisso de apresentar a cada temporada seis espetáculos com LGP e audiodescrição, no âmbito de um apoio da Fundação BPI ‘la Caixa’, ganho através da Acesso Cultura.
Mas José Pires avançou que a intenção é ir mais além e generalizar esses instrumentos de acesso.
“É preciso chegar a este nicho de público para despertar consciências e explicar que Leiria tem este serviço, que permite a cegos, surdos e surdos-mudos assistirem a espetáculos. Temos de insistir até que as pessoas percebam que este é um serviço com periodicidade e regularidade. Mas sabemos que vai demorar tempo, anos, até fidelizar público”.
A aposta na acessibilidade estendeu-se para lá da programação, com a adaptação de um dos camarins do TJLS para servir artistas com necessidades especiais e a aquisição de uma plataforma que facilita o acesso a pessoas em cadeira de rodas aos palcos de ambos os teatros.
O próximo espetáculo em Leiria com LGP é o concerto do cantor João Miguel no TJLS, no sábado.
“Houve forte adesão e vamos ter mais de duas dezenas de pessoas surdas a assistir”, antecipou José Pires.
Leia Também: Bonifrates, de Coimbra, adapta ao teatro ‘As intermitências da morte’