Rui Tavares, deputado do Livre, garantiu esta noite, em entrevista à SIC Notícias, que, ao mesmo tempo que quer que a Esquerda ganhe nas próximas eleições de março, é preciso que esta “aprenda com os erros da geringonça”.
“Queremos que a Esquerda ganhe estas eleições, mas também queremos que a Esquerda aprenda com os erros do passado, incluindo aqueles que foram as insuficiências da geringonça, que levaram ao seu fim”, afirmou o porta-voz do Livre, asseverando que fará “parte da solução”, se houver uma maioria de Esquerda.
Contudo, para isso, uma “governação à Esquerda em Portugal tem de ser muito mais exigente do que aquilo que foi no tempo da geringonça. Deve haver um acordo por escrito multilateral e multipartidário com objetivos muito claros”.
Houve ainda espaço para as já reiteradas críticas ao Chega, dizendo que este é um partido antidemocrático, que “não se revê na constituição” e que “quer encerrar o regime nascido a 25 de Abril”.
Ainda sobre o Chega, Rui Tavares considerou “desejável” que o Partido Social Democrata (PSD) “se tivesse descolado, claramente, desde o início”. E isso, garante, “era possível”, dando o exemplo do social-democrata Jorge Moreira da Silva.
Montenegro? “Não lhe vejo uma visão clara para o país”
Sobre o líder do PSD, Luís Montenegro, Tavares atirou: “Para alguém que está na política há muito tempo, não lhe vejo uma visão clara para o país.” A política de alianças, disse, “é subsidiária dessa falta de visão”. “Coloca a política na sua vertente de acesso ao poder à frente de ter uma causa para o país”, asseverou.
De recordar que Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.
A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 8 de março.
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