“O Livre esta disponível para fazer parte da solução caso haja uma maioria clara de progresso e ecologia no parlamento. Aí seremos parte da solução. Se houver uma maioria de direita, nós seremos parte da oposição, porque neste momento estamos numa situação em que já não há sequer a geringonça contra a barafunda, como se disse logo a seguir à queda do Governo Regional dos Açores”, realçou Rui Tavares.
O porta-voz do Livre falava aos jornalistas no Palácio da Justiça em Lisboa, à margem da entrega da lista de candidatos a deputados por aquele círculo eleitoral.
“De um lado temos uma solução de estabilidade (…) em que os partidos de esquerda têm algum alinhamento e uma certa coerência pragmática que nos permite ver os próximos anos com alguma segurança, ou então temos (…) à direita um PSD que está a ser devorado pelo Chega — já não é uma barafunda — é uma espécie de mostrengo bicéfalo, em que aparentemente André Ventura dá ares de galifão e diz sobre o PSD aquilo que Luís Montenegro não tem coragem de dizer e diz que tem garantias de dentro do PSD que afinal o PSD faria uma aliança com o Chega”, avisou.
Apontando para a “instabilidade que a direita oferece”, Rui Tavares afirmou que as pessoas vão preferir a estabilidade que “a esquerda pode oferecer a Portugal”, indicando que o seu partido “está disponível para conversações a qualquer momento com as outras esquerdas”.
Já a ‘número dois’ por Lisboa e deputada municipal na capital, Isabel Mendes Lopes, disse que o Livre “tem três objetivos muito claros”.
“Crescer, ter um grupo parlamentar com força no parlamento, contribuir para uma maioria de esquerda e progressista que leve Portugal a transformar-se num país centrado nas pessoas e digno e também (…) afastar os extremistas do poder”, salientou.
Aos jornalistas, Isabel Mendes Lopes disse ainda que acredita que o partido vai conseguir eleger em vários círculos.
“Temos Lisboa, Porto, Braga, Setúbal, portanto não arriscamos um número, mas sabemos que vamos crescer bastante e ter essa força no parlamento”, acrescentou.
O prazo para a entrega das candidaturas às eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março termina hoje.
Os principais partidos já aprovaram, globalmente, as suas listas de candidatos a deputados, que terão que ser entregues, localmente, nos tribunais de comarca de cada um dos distritos ou círculos eleitorais, um processo que termina hoje.
Após a apresentação de candidaturas, o juiz procede, no dia seguinte, ao sorteio das listas para lhes atribuir uma ordem nos boletins de voto e verifica, no prazo de dois dias, a autenticidade dos documentos e a elegibilidade dos candidatos.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para dia 10 de março depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter apresentado a sua demissão em 07 de novembro do ano passado, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
Leia Também: Qualquer substituto de Albuquerque vai “prolongar o ‘jardinismo'”