“Há uma coisa que é comum a estes dois momentos eleitorais, eles decorrem os dois da incapacidade, da incompetência, no caso dos Açores também do ciúme político do Partido Socialista, que olhou mais para si próprio e menos para a Região Autónoma dos Açores e menos para Portugal”, afirmou Luís Montenegro, na Horta, na apresentação dos candidatos da coligação PSD/CDS-PP/PPM às eleições legislativas regionais de 04 de fevereiro pelo círculo do Faial.
Para o social-democrata, “nos Açores esta instabilidade criada advém de uma coligação negativa liderada pelo PS e que juntou depois todos os outros partidos da oposição”.
Já no país, “não tiveram de se juntar, porque o PS, sozinho, foi capaz de desbaratar a maioria absoluta que o povo português lhe deu nas últimas eleições”, prosseguiu, sustentando que “o fator negativo na democracia portuguesa e o fator negativo na democracia açoriana é o PS”.
“Não há dúvida nenhuma de que lado está a instabilidade, de que lado está a incapacidade”, destacou, considerando esta uma “nota importante, porque ela faz contraste” com aquilo que move a coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores e aquilo que move a Aliança Democrática (com os mesmos partidos) nas legislativas nacionais, em 10 de março.
Luís Montenegro referiu-se depois ao trabalho na área da saúde e da educação do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) para assinalar outros contrastes com o executivo nacional.
“É mesmo caso para dizer que aquilo que depende do Governo Regional é aquilo que anda nos Açores, aquilo que depende do Governo central é aquilo que bloqueia, que fica estagnado, que fica adiado nos Açores”, disse, apontando a mobilidade como um dos “exemplos maiores”, área que “foi tutelada durante vários anos pelo atual secretário-geral e candidato a liderar o Governo do Partido Socialista”.
Afirmando-se como “um intransigente defensor das autonomias”, o presidente do PSD prometeu olhar para as características específicas e para as ambições legítimas do arquipélago, “não resolvendo tudo num dia, mas, seguramente, não adiando, eternamente, decisões estratégicas que teimam em ver a luz do dia”.
A este propósito enumerou as obrigações do serviço público, a execução do projeto do cabo de fibra ótica, a ampliação da pista do aeroporto da Horta e a nova prisão em São Miguel.
Na sessão, o candidato a presidente do Governo Regional dos Açores pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, afirmou “há tanto para resolver dos problemas dos portugueses que a governação socialista ou a desgovernação aumentou, complicou”, seja na educação, na saúde ou na justiça.
José Manuel Bolieiro, também líder do PSD/Açores e atual líder do executivo, que se referiu a Montenegro como “futuro primeiro-ministro”, pediu-lhe para se inspirar nos Açores e na governação que liderou.
Lembrando que governou sem maioria absoluta, com um “quadro parlamentar bastante variável” e “difícil de gerir”, o candidato salientou que, sem comprometer os princípios e valores democráticos, se garantiu estabilidade.
“Se houve instabilidade por interrupção da legislatura não tem a ver com o projeto político de governação que liderámos”, mas antes “com oposição instável, ciumenta dos resultados desta governação, angustiada pela perda do poder, desejosa de interromper o caminho de sucesso, para com isso, criar dificuldades eleitorais a um projeto de bom governo”, acrescentou.
Para José Manuel Bolieiro, “os autores nacionais da instabilidade, com uma maioria absoluta, perderam todo o crédito de serem alternativa a si próprios”, pedindo aos portugueses para que “não repitam a dose”, sendo do “próprio interesse de portugueses dar oportunidade a uma alternativa”.
O cabeça de lista pelo círculo do Faial pela coligação PSD/CDS-PP/PPM é Luís Garcia, atual presidente da Assembleia Legislativa dos Açores.
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