O secretário-geral do Partido Comunista (PCP), Paulo Raimundo, afirmou, esta quarta-feira, que não poderia responder com “sim” ou “não” à questão sobre se admitiria uma nova edição da ‘geringonça’ com o Partido Socialista (PS) e Bloco de Esquerda (BE).
“Não peçam ao PCP para pôr uma assinatura num documento que já sabíamos à partida que não ia responder aos problemas”, disse Raimundo, quando questionado sobre se, olhando para trás, valeu, ou não, a pena deixar cair o Governo da ‘geringonça’.
Isto porque, nas Eleições Legislativas seguintes, de 2022, o PCP perdeu metade do seu grupo parlamentar.
“Há duas formas de olhar para esses acontecimentos em 2021: Ou o PCP fez cair o Governo ou o PS forçou a que o PCP fosse obrigado a não acompanhá-lo no Orçamento”, atirou, afirmando estar mais “inclinado” pela segunda opção.
Paulo Raimundo lamentou ainda que “nos últimos discursos de António Costa enquanto dirigente do Partido Socialista, haja uma intervenção curiosa em que faz um balanço da sua governação e algumas das medidas que identifica como mais positivas sejam aquelas que o PCP propôs”. O líder comunista acusou, aliás, o antigo secretário-geral socialista de impor “uma narrativa” em que se ‘colou’ a propostas que eram inicialmente comunistas.
“O PS é um partido confiável a partir do momento em que não tenha na sua mão a força toda para impor o seu projeto porque, se tiver a força toda, estes últimos dois anos revelam ao que vem”, atacou ainda, apontando como exemplo específico o fim das portagens em algumas autoestradas, apontado por Pedro Nuno Santos. “Por que razão agora e não nos últimos anos em que houve maioria absoluta”, questionou.
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