Intitulada “No Quintal da Rainha”, a obra foi iniciado em 2013 e nestes cinco anos acredita que releu o manuscrito “algumas 50 vezes”.
“Acabei por amaciar o meu discurso”, confiou à agência Lusa.
Ainda assim, não evitou incluir histórias e comentários pessoais, relatando situações insólitas ou alegadamente ilícitas.
O livro divide-se em duas partes, descreveu, uma mais pessoal na qual estão as suas impressões enquanto cidadão português no Reino Unido, e uma segunda sobre alguns dos seus trabalhos como jornalista.
“São duas coisas completamente distintas, porque para lá da profissão, tenho um envolvimento pessoal na comunidade lusófona. Envolvo-me com os movimentos associativos principalmente, com imensa gente”, explicou.
No livro estão observações e episódios sobre diplomatas, jornalistas, dirigentes associativos, políticos portugueses e britânicos com quem diz ter tido “o privilégio – às vezes nem por isso – de conviver”.
Francisco aproveita também para dar contexto sobre algumas das reportagens de investigação que fez nestes anos e que escreveu para o jornal Palop News, o qual fundou em 2009 e publicou mensalmente durante 12 anos.
“Quando produzi este livro, a ideia foi produzir um documento que não existe”, justificou, dando a conhecer “o movimento associativo, a sua génese, as suas coisas boas, as suas coisas más também”.
Enquanto jornalista, Alcino Francisco garante que tentou “não ser nem juiz nem advogado”, mas apenas, disse: “Contar o que vi, como é que eu vi, como é que eu senti”.
Natural do Porto, Alcino Francisco viveu em Lisboa antes de se mudar para Londres em 2008.
Além de diretor do PalopNews, organizou o Festival de Gastronomia Portuguesa, esteve na organização das comemorações em Londres do Dia de Portugal, foi diretor do Centro Comunitário, dirigente da secção do Partido Socialista português e atualmente é membro do movimento cívico Também Somos Portugueses.
Sobre a comunidade portuguesa no Reino Unido, resume que “a grande dificuldade está em sentar os líderes da comunidade da mesma mesa para que eles possam discutir, porque a comunidade perde muito com o desacordo que há entre os líderes associativos”.
Por outro lado, elogia situações em que a comunidade portuguesa se destaca pela positiva, unindo-se sobretudo para responder a tragédias.
“Quando alguém morre e é preciso ajuda para o funeral, quando há alguém que precisa de uma operação e é preciso financiar a cirurgia, na desgraça nós somos um espetáculo em termos de união”, sublinhou.
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