“O povo da Madeira não vai receber esta mensagem de ânimo leve. Vai ser tirar o manequim da montra e substituí-lo por outro com outra roupagem. Isso é muito complexo e vai acarretar, do meu ponto de vista, maior instabilidade política”, afirmou Élvio Sousa, em declarações à agência Lusa.
Alguns órgãos de comunicação social estão a avançar que Miguel Albuquerque, (PSD) irá renunciar à presidência do Governo Regional da Madeira, sendo substituído no cargo por outro elemento social-democrata.
“Miguel Albuquerque estava agarrado ao poder, que nem uma lapa. Só descolou quando o PAN o colocou entre a espada e a parede”, observou, ressalvando que o cenário de eleições antecipadas “não é prioritário”.
Por outro lado, o líder da JPP remeteu uma posição sobre as moções de censura ao Governo Regional da Madeira anunciadas pelo PS e pelo Chega para o final da Comissão Política Nacional do partido.
“Vamos abordar esta situação hoje à noite e amanhã (sábado) e a seu tempo vamos emitir uma posição”, sublinhou.
O PS/Madeira – o maior partido da oposição no parlamento madeirense (ocupa 11 dos 47 lugares no hemiciclo) — entregou hoje uma moção de censura ao Governo Regional da Madeira (PSD/CDS), liderado por Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido por ser suspeito de corrupção, entre outros crimes.
Hoje, também o Chega/Madeira anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido, num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.
O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, os três detidos na operação policial desencadeada na quarta-feira na Madeira, nos Açores e em várias cidades do continente.
O presidente do Governo Regional afirmou publicamente que não se demite, admitindo o levantamento da imunidade que goza como elemento do Conselho de Estado.
Na sequência desta situação, o Partido-Animais-Natureza (PAN), que celebrou um acordo de incidência parlamentar com o PSD/CDS para assegurar a maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), considerou que Albuquerque não tem mais condições para chefiar o executivo madeirense e defendeu a sua substituição, sem pretender a queda do Governo Regional.
Leia Também: Madeira “Não podemos ter um país com dois pesos e duas medidas”