Em declarações aos jornalistas durante uma visita hoje à tarde aos trabalhos de demolição de alguns edifícios do bairro de Vale de Chícharos (conhecido por Bairro da Jamaica), Paulo Silva explicou que o custo das casas assim como das rendas no concelho estão a tornar cada vez mais difícil o acesso por parte das famílias de classe média baixa.
Por esta razão, adiantou, a Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, está a lançar um programa de arrendamento acessível para colocar no mercado casas com valores entre 350 e 400 euros mensais, ou seja, metade do que é atualmente cobrado no concelho.
No final de 2022, explicou Paulo Silva (CDU), foram comprados 12 lotes de terreno para a construção de 96 fogos na Arrentela e estão em curso negociações para outros terrenos tendo em vista a construção de mais 500 fogos.
“É ao abrigo de programas governamentais de financiamento a taxas reduzidas e com o dinheiro das rendas iremos amortizar o empréstimo e tornar a habitação acessível a mais habitantes do Seixal”, explicou Paulo Silva.
Relativamente ao processo de realojamento de Vale de Chícharos (Bairro da Jamaica), que se iniciou na semana passada mais uma etapa, o presidente da câmara disse que o mesmo deverá estar todo concluído até ao final do ano.
Ao todo, este bairro tinha 15 blocos com 234 famílias, das quais 138 já estão realojadas.
As restantes 96, frisou, terão o processo de realojamento concluído até final do ano.
“Seguimos um modelo de realojamento de inserir as famílias na malha urbana do concelho, andámos a comprar casas no concelho, reabilitámos e fizemos um realojamento sem criar novos guetos”, explicou.
Na quinta-feira começaram a ser realojados 119 moradores em mais uma etapa de um processo iniciado em 2018.
O levantamento exaustivo do número de pessoas a viver no bairro foi feito em 2017.
Na altura foi feito o recenseamento de 234 famílias, cerca de 750 pessoas, que ficaram devidamente assinaladas, e com direito a serem incluídas no processo de realojamento de acordo com o protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal do Seixal e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, homologado pela Secretaria de Estado da Habitação.
Atendendo à dimensão e à complexidade deste processo, tendo em conta o elevado número de famílias e a necessidade de uma rápida demolição dos edifícios, ficou definido que este procedimento seria realizado de forma faseada.
O financiamento para este realojamento resulta de verbas provenientes de uma candidatura da Câmara Municipal do Seixal ao Plano de Recuperação e Resiliência.
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