O presente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, comentou, esta terça-feira, a disputa à liderança do Partido Socialista (PS), que decorrerá entre José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos.
Questionado pelos jornalistas sobre os “ataques” que estão a acontecer entre os dois candidatos, Santos Silva foi peremptório: “Os partidos políticos democráticos portugueses são, felizmente, forças plurais, que têm os seus debates internos, que sabem resolver nos termos dos seus estatutos e isso em nada tem prejudicado a existências desses debates e diversidade interna”, referiu, durante a apresentação do livro ‘Cerco ao Parlamento’, da jornalista Isabel Nery, sobre as 36 horas que a Assembleia Constituinte e a Democracia foram tomadas de assalto.
“Em nada tem prejudicado os partidos democráticos portugueses. E julgo que isso continuará a ser assim”, reforçou.
Os comentários surgem depois de os dois candidatos à liderança do PS já terem trocado algumas ‘farpas’ nos últimos dias, após serem conhecidas as respetivas candidaturas.
Pedro Nuno Santos disse que a sua candidatura a secretário-geral do PS visa “derrotar a Direita” e desafiou o seu opositor José Luís Carneiro a fazer o mesmo. “Nós estamos concentrados exclusivamente em derrotar a Direita e o PSD e é nesse cenário que trabalhamos”, sublinhou, no domingo.
Em vários momentos da declaração, procurou demarcar-se neste ponto do adversário José Luís Carneiro, recordando que o atual ministro da Administração Interna já admitiu, se vier a liderar o PS, que seja viabilizado pelos socialistas um Governo do PSD caso este partido venha a ganhar, sem maioria absoluta, as eleições de 10 de março.
José Luís Carneiro não demorou a responder ao ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação e, no mesmo dia, referiu que não aceitava “lições de como combater a Direita”, após o seu principal adversário ter afirmado que o atual ministro da Administração Interna tem “preferido” atacá-lo.
“Temos ainda um longo caminho para conversar entre nós porque somos camaradas e amigos, em primeiro lugar”, começou por referir quando questionado sobre as críticas de Pedro Nuno Santos. “Comecei a minha política muito jovem ainda, há muito tempo, por ganhar precisamente uma Câmara ao PSD. Derrotei o PSD, derrotei na altura o CDS e tornei-me num dos mais jovens presidentes de câmara do país. Portanto, não aceito lições de como se deve combater a Direita”, acrescentou.
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