O líder do Partido Social-Democrata (PSD), Luís Montenegro, acusou esta quarta-feira a criação de “narrativas” políticas nesta altura de campanha prévia às eleições de 10 de março, apontando o dedo à polémica que se criou entre o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que acusou António Costa de se ter demitido por “indecente e má figura”, e o primeiro-ministro, que acusou as palavras de “azedume” do antigo líder social-democrata.

“Eu sei que se quer agora criar uma narrativa política… esta gente está viciada nas narrativas, na política de plástico”, lamentou Montenegro em declarações aos jornalistas desde Aveiro, onde, questionado sobre, afinal, de quem é o referido “azedume”, garantiu: 

“Meu não é, de certeza. Estou alegre, bem com a vida, não devo nada a ninguém, durmo tranquilamente todos os dias apesar do peso da responsabilidade que sinto de ter que governar um país que tem hoje grandes problemas do ponto de vista estrutural, naquilo que é mais básico na vida das pessoas.”

“Criam-se estas histórias, narrativas, estas ondas de choque noticioso. Estou aqui na campanha eleitoral para falar dos problemas das pessoas”, assegurou, defendendo preferir olhar “para os problemas das pessoas” e empenhar-se em “tomar decisões” para os solucionar.

“Acho que temos que ser sérios. É preciso decidir, e decidir bem. E estou habituado a decidir, e decidir bem, não estou habituado a decidir conforme o humor com que acordo todos os dias. Acordo com elementos, com avaliação e com o timing certo. Sei que há pessoas que funcionam de outra maneira e respeito isso”, reiterou Montenegro, dizendo que olha, “não olhando”, para as críticas tecidas pelo Partido Socialista à Direita no Jantar de Natal de terça-feira, que decorreu em Lisboa.

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