André Ventura reuniu-se com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, nos Paços do Concelho, tendo no final do encontro afirmado aos jornalistas que vai fazer “uma grande aposta” nas legislativas antecipadas nos distritos do Norte, em particular no do Porto, onde nas eleições passadas apenas conseguiu ser a quinta força política, quando nos resultados globais ficou em terceiro lugar.
“O Chega quer ficar à frente da coligação [PSD/CDS-PP] e liderar à direita o próximo parlamento. Esse é o nosso objetivo. É um objetivo ambicioso em que as sondagens ainda nos colocam a alguns pontos da coligação”, disse, admitindo que em distritos como Porto “vai ser uma luta mais difícil”, mas que esta reunião pedida a Rui Moreira “é o primeiro ponto de várias presenças”.
Sobre o facto do presidente do PSD, Luís Montenegro, recusar qualquer acordo com o Chega, Ventura respondeu que a “realidade é mais forte do que a ficção” e que essa é que “vai haver dois partidos maioritários à direita”, o Chega e o PSD, e os sociais-democratas “sabem que, tal como nos Açores, vão ter que lidar com a situação como ela existe”.
“Não vale a pena andarmos a dizer ‘não, não, não’ se os portugueses disserem `sim, sim, sim'”, considerou.
Questionado sobre o que fará caso Montenegro mantenha a recusa em relação ao Chega, o líder do partido escusou-se a responder por várias vezes, mas reiterou que “isso não aconteceu, portanto não vai acontecer agora”.
“Isso é como perguntar-me assim: e se Jesus Cristo aparecer amanhã aqui à sua frente: ajoelha-se ou dá-lhe um beijo? Não sei. É tão ridículo, não faz sentido”, disse, insistindo que se houver uma maioria à direita terá que haver um Governo com a participação do Chega.
Para Ventura, se não for possível este Governo direita “é sinal que uma tremenda irresponsabilidade abateu-se sobre este país e quem o fizer será responsável, como diziam os medievais, durante mil anos para que o PS governe outra vez”.
“O PSD não chegará ao Governo com o apoio parlamentar do Chega, isso não chegará”, assegurou.
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