A ex-líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou, na segunda-feira, a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um “discurso correto”, lembrando que o país está “num período eleitoral” e que o Presidente da República “teve cuidado de ser discreto para não interferir” na escolha dos portugueses.
“Foi um discurso correto. Estamos num período eleitoral, com eleições nos Açores daqui a muito pouco tempo, eleições legislativas e europeias, tal como o próprio Presidente da República fez questão de frisar no seu discurso. Teve o cuidado de ser discreto para não interferir de alguma forma na escolha”, afirmou catarina Martins no programa ‘Linhas Vermelhas‘, na SIC Notícias.
Para a bloquista, Marcelo Rebelo de Sousa “deixou três notas” na sua mensagem de Ano Novo, tendo lembrado que “tinha dito há um ano que Portugal tinha condições de estabilidade que dependiam sobretudo do Partido Socialista (PS)”, assinalado os 50 anos do 25 de Abril, que se celebram este ano, e apelado ao voto “nas várias eleições”.
“Deste ponto de vista, acho que foi um discurso correto e, provavelmente, o discurso possível dada a situação política que estamos a viver”, frisou.
No discurso de Marcelo, “apreciações sobre a governabilidade podiam ser lidas como interferência no próprio processo eleitoral”, considerou Catarina Martins.
A antiga líder bloquista entende, no entanto, que Marcelo Rebelo de Sousa “tem razão quando lembra o que disse há um ano” relativamente às “condições políticas que Portugal tinha com uma maioria absoluta”.
“Acho relevante que se compreenda que, passado um ano, chegámos a esta situação de eleições antecipadas porque o PS viveu um processo de degradação acelerada das próprias condições da maioria absoluta”, frisou, acrescentando que “esta maioria absoluta começou a degradar-se logo após se ter constituída.
Sublinhe-se que, na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República considerou que 2024 será um ano ainda mais decisivo do que 2023 e apelou à participação dos portugueses nos atos eleitorais, salientando que o país será aquilo que os votantes quiserem.
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