CBRE prevê investimento a manter-se no patamar dos 3.000 milhões

Segundo a consultora, em 2022, o volume de investimento em mobiliário comercial atingiu 3.300 milhões de euros, “refletindo um acréscimo de aproximadamente 50% face a 2021”. No início de 2023, a CBRE registava 3.100 milhões de euros em “ativos atualmente em negociação ou em processo de colocação no mercado”.

Apesar de antecipar um contexto de incerteza, a consultora regista que no contexto económico nacional “fica, para já, afastado o cenário de recessão em 2023” e espera “a manutenção de uma taxa de desempenho relativamente estável”.

Ainda assim, alerta para a incerteza resultante da “rapidez e o grau de crescimento das taxas de juro, intimamente ligadas à necessidade de reduzir a inflação conforme anunciado ontem [quinta-feira] pela presidente do Banco Central Europeu [Ursula von der Leyen]”.

Durante o evento ‘Portugal Market Outlook 2023 — Reshaping the Future’, em Lisboa, a CBRE apresentou as principais tendências do setor imobiliário para este ano em várias áreas de investimento no setor.

No segmento dos escritórios, a CBRE antevê um volume de investimento “idêntico ao de 2022”, enquanto na hotelaria e na logística este pode ser inferior, depois de um ano atípico.

No retalho, o volume investido deverá aumentar “pelas diversas oportunidades já detetadas ligadas aos supermercados e ao setor dos centros comerciais”, uma tendência que é também verificada em segmentos alternativos, como as residências de estudantes, para seniores e cuidados de saúde ou na área ‘agribusiness’ — relativa ao investimento em ativos imobiliários agrícolas.

A CBRE estima que haja uma carência de 55.000 camas em residências para seniores, “pelo que os maiores operadores de saúde privada têm projetos de expansão ambiciosos nesta área”, enquanto nas residências para estudantes “está identificado um ‘gap’ de cerca de 73 mil camas em Lisboa e 32 mil no Porto”.

No setor residencial, a consultora argumenta que “a conjuntura económica deverá levar a uma estabilização do número de casas vendidas, porém, o desfasamento entre a oferta e a procura, o aumento dos custos de construção e a reduzida atividade de promoção imobiliária em algumas regiões sustentarão a subida dos preços de venda”.

Por sua vez, o mercado de arrendamento “também registará uma tendência de subida nos preços das rendas ao longo de 2023, fortemente impulsionada pelo elevado custo do crédito”.

A consultora registou também que a sustentabilidade é um fator que ganha “cada vez mais importância”, acrescentando que neste ano prevê “a adoção, por parte das empresas, de uma estratégia integrada, que contribua para o cumprimento das métricas definidas pelo Governo e pelas Nações Unidas”.

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