O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, comentou, esta sexta-feira, a notícia de que o Governo terá autorizado a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, a acumular cargos.
“Os portugueses encararão esta situação com cada vez mais espanto, porque tudo aquilo que é dito, depois é descoberto que afinal é ao contrário. Afinal a indemnização era conhecida, afinal a indemnização tinha sido aprovada quando foi do outro membro da gestão da TAP. Agora ninguém sabia dos contratos, depois sabe. Aquilo que temos perante os nossos olhos é a evidência da total incompetência da gestão socialista – e é justo dizê-lo – da incompetência de Pedro Nuno Santos na gestão da TAP”, referiu aos jornalistas em Bragança.
O líder da IL considerou ainda que Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas e da Habitação e responsável pelo dossier foi “absolutamente incompetente para gerir a TAP”.
“Até seria injusto dizer que geriu a TAP como uma mercearia porque conheço muitas mercearias bem geridas”, afirmou, defendendo que Pedro Nuno não tinha capacidade para liderar o país. “Alguém que tem esta falta de competência, de diligência na gestão de um ativo tão importante que foi nacionalizado por decisão unilateral do Partido Socialista – como é que alguém nestas condições pode sequer aspirar a ser primeiro-ministro de Portugal?”
Saída de Carla Castro
Ainda questionado sobre o anúncio da desfiliação de Carla Castro do partido, anunciada na quarta-feira, Rui Rocha disse apenas: “Há um mês, Carla Castro manifestou disponibilidade para integrar as listas da IL. Depois, perante um convite concreto para uma posição entre o 5.º e o 7.º lugar decide recusar”, contou, referindo que lamentava a situação.
Nas eleições legislativas de janeiro de 2022, Carla Castro tinha ocupado o segundo lugar da lista pelo círculo eleitoral de Lisboa, logo atrás do antigo líder João Cotrim Figueiredo.
Questionado sobre se entende a saída de Carla Castro também tendo em conta a posição que lhe foi oferecida na lista de candidatos, Rui Rocha disse que não comenta as decisões que foram tomadas.
“As pessoas saberão das suas decisões. Eu tenho que saber da minha missão, da minha responsabilidade e do meu objetivo”, afirmou o presidente do partido, adiantando ainda que “não houve conversas nos últimos tempos” com a ainda deputada.
Na convenção da sucessão a João Cotrim Figueiredo, que elegeu Rui Rocha há quase um ano, a lista L, do novo líder, alcançou 51,7% votos, enquanto a lista M, de Carla Castro teve 44% dos votos e a lista A, de José Cardoso, alcançou 4,3% dos votos.
A saída de Carla Castro do partido acontece depois de, no início de janeiro, o antigo candidato à liderança da IL José Cardoso ter anunciado também a desfiliação da IL, que acusou de desrespeitar os seus princípios e de ter considerado estar “montada uma fraude” para impedir alterações na Convenção estatutária de julho.
No anúncio da sua saída, Carla Castro referiu que “refletiu e ponderou”, chegando à conclusão de que iria cumprir o seu mandato até ao fim, desfiliando-se assim após as legislativas. “Considero que esta é a altura certa, antes do início da campanha eleitoral e com as listas fechadas, evitando distorções ou distrações mediáticas”, explicou. “A minha decisão de deixar o partido prende-se exclusivamente com a minha visão do que é um partido liberal, do que entendo que o país precisa e no que me revejo”, acrescentou.
[Notícia atualizada às 13h15]
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