Em encontro com lideranças da empresa, Alê Costa chegou a levar um tatuador para que ele reproduzisse nos funcionários a mesma tatuagem que ele carrega no antebraço com a palavra “atitude”. No discurso, Alê Costa disse que a inscrição na pele indicaria o engajamento e o compromisso com a empresa.
A tatuagem também era exibida em cursos a distância para novos funcionários. Na gravação, ele mostrava a tatuagem e dizia que atitude — a palavra tatuada — era fundamental para vender mais, por isso ele havia tatuado.
Como mostrou a coluna, a empresa tem diversos “rituais corporativos”, como os integrantes da empresa definem os momentos devocionais. Há dias em que todos os funcionários da sede da Cacau Show precisam ir para o trabalho vestidos de branco.
O momento, segundo relatos de funcionários e ex-funcionários, é solene. Eles são convidados, após tirarem os sapatos e se estiverem vestidos adequadamente, a entrarem em uma sala escura, iluminada apenas por velas, onde encontram Alê Costa repetindo cânticos.
Lá dentro, acompanham o líder repetindo as palavras, como se fosse uma prece, enquanto caminham, atrás dele, em círculos. A participação não é obrigatória, mas, assim como no caso dos franqueados, quem questiona ou não demonstra entusiasmo com as regras passa a ser perseguido.
As situações constrangedoras não param por aí. Denúncias como a proibição de que funcionárias engravidem chegaram a ser protocoladas no Ministério Público do Trabalho (MPT).
O documento, acolhido pelo MPT, aponta ainda outras situações abusivas, como gordofobia, “com humilhações públicas e discriminação estética que afetam a autoestima e saúde mental das vítimas”; homofobia, “com relatos de perseguição e piadas ofensivas direcionadas a pessoas LGBTQIA+”; e assédio moral e sexual, “promovido por superiores hierárquicos e, em muitos casos, ignorado ou acobertado pela direção da empresa”.
Fonte:Metrópoles/foto:Imagem reprodução