A deputada do Bloco de Esquerda (BE), Joana Mortágua, reagiu esta terça-feira ao caso da alegada agressão ao jornalista do jornal Expresso, na segunda-feira, durante um evento na Universidade Católica Portuguesa, onde participava o líder do Chega, André Ventura.
“A liberdade de imprensa incomoda a extrema direita. Aliás, a imprensa incomoda a extrema direita”, começou por dizer numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A bloquista atacou ainda o partido Chega, enfatizando que “o método de atacar e descredibilizar jornalistas é de cartilha Bolsonaro/Trump“.
De recordar que em causa está a agressão a um jornalista do Expresso que, segundo o semanário, teve a sua entrada autorizada na porta principal do auditório e que esta era “do conhecimento prévio da assessoria de imprensa do Chega”.
A liberdade imprensa incomoda a extrema direita. Aliás, a imprensa incomoda a extrema direita. O método de atacar e descredibilizar jornalistas é de cartilha bolsonaro/trump.
Jornalista do Expresso agredido num evento universitário com o líder do Chega https://t.co/KojxNAfZAs
— Joana Mortágua ️️️ (@JoanaMortagua) January 17, 2024
“O jornalista conseguiu presenciar os primeiros 10 minutos da intervenção de André Ventura”. Após esse período, o jovem transmitiu-lhe que ele não podia estar presente”.
O jornalista identificou-se novamente e, pouco depois, foi interpelado por um terceiro jovem, altura em que pediu “esclarecimentos” aos assessores do Chega e tentou interpelar o próprio André Ventura para “esclarecer a situação”.
“Foi nesse momento que jornalista foi agredido: dois dos jovens prenderam os seus movimentos, agarrando-o pelos pés e pelos braços, forçando a sua saída do evento – deixando todo o equipamento de trabalho na sala, incluindo o computador profissional”, que foi devolvido “após intervenção de um dos assessores de André Ventura”, conta o Expresso.
O segurança pessoal de André Ventura, Luc Mombito, ter-se-á ainda dirigido ao jornalista “de forma agressiva”, perguntando-lhe “se este precisava ‘de mais alguma coisa para se sentir melhor'”.
O assessor de imprensa do Chega acabou por terminar com a quezília e abandonou o local junto do jornalista.
Entretanto, as reações não se fizeram esperar, com a Universidade Católica Portuguesa a repudiar qualquer tentativa de limitação do direito à informação e intimidação de jornalistas.
Já o Sindicato dos Jornalistas condenou a agressão, afirmando tratar-se de um crime público, “cometido à vista de muita gente, que tem de ser investigado e punido exemplarmente”.
O partido Chega reagiu ao caso, negando “qualquer responsabilidade quer na entrada do jornalista no evento, quer na sua expulsão, até porque, como convidado, não é da sua competência definir quem pode estar ou não presente”, lê-se em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
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