O responsável da empresa, segundo maior operador privado no ‘onshore’ angolano, falava em Luanda durante a apresentação aos investidores da operação de entrada em bolsa da petrolífera.
A ACREP, com um ‘portfolio’ diversificado composto por quatro blocos petrolíferos, dos quais um em que é operador (bloco Cabinda Sul) quer atingir uma produção de 10.000 barris/dia a partir de 2028, adiantou.
Nos objetivos estratégicos da empresa para o período 2023-2028 está também a conversão em produtor independente de energia por via de instalação de uma central térmica e conseguir obter receitas das reservas de gás no Campo do Noz do Bloco Cabinda Sul, no final de 2025.
Segundo Edilson Bartolomeu, a ACREP quer também posicionar-se como prestador de serviços de sondagem de petróleo e gás em bacias terrestres em Angola, com vista a desempenhar um papel nos programas de pesquisa previstos para as bacias interiores.
Para prosseguir este plano estratégico, adiantou, a ACREP está a capitalizar a empresa, mediante alienação dos ativos em produção (um dos blocos já foi vendido e outro está em fase de negociação) e captação de fundos mediante a dispersão em bolsa de 24,99% do seu capital.
Em declarações à Lusa, o presidente executivo considerou que “as pessoas estão ávidas de investimentos” e está expectante em chegar a bom porto com a operação de aumento de capital.
Está prevista a emissão de 600.890 ações no âmbito de uma Oferta Pública de Subscrição, a um preço entre 75.000 e 91.500 kwanzas (80 a 102 euros), além da venda da participação do estatal Banco de Poupança e Crédito (16,63%), que reverterá para o Estado angolano.
No que diz respeito à internacionalização, a ACREP fez já algumas tentativas exploratórias na Namibia e em Moçambique, por enquanto sem desenvolvimento.
“Constituímos a ACREP em Moçambique no âmbito da estratégia do gás, mas é um projeto que precisamos estudar mais afincadamente. Na Namíbia, realizámos uma campanha sísmica nos blocos onde éramos operadores, mas como os resultados não foram apelativos e conclusivos para partir para a fase subsequente que seria a perfuração do poço, a empresa decidiu não avançar”, disse à Lusa.
Segundo informação disponibilizada no seu site, a ACREP tem como acionistas a Monlarama et All Serviços (49,9%), Carlos José Martins do Amaral (25,15%), Banco de Poupança e Crédito (16,63%) e Fénix-Fundo de Pensões (8,32%).
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