Embaixador quer igualdade de género nos lubes luso-venezuelanos

“E porque os tempos são de renovação, aproveito para fazer um apelo. O movimento associativo português é jovem e dinâmico, mas [é] ainda um universo marcadamente masculino, com algumas exceções. Para o futuro, impõe-se às associações que, no espírito de modernidade que as caracteriza, saibam materializar a igualdade de género e a inclusão nas suas próprias instituições”, disse.

João Pedro Fins do Lago falava no Centro Português, em Caracas, à margem das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que assinalaram ainda o 65.º aniversário daquela instituição.

“Devo salientar que, no caso da Venezuela, a igualdade de género é algo em que este país de acolhimento se distingue, ao contrário do que acontece em muitos outros países. Não seria, portanto, compreensível se o movimento associativo de comunidades como a nossa não fosse o primeiro a dar o exemplo de igualdade de género, inclusão e diversidade”, frisou.

O embaixador defendeu que “celebrar Camões é também celebrar a língua e prestar homenagem à cultura portuguesa”.

“A língua portuguesa é o principal elo que nos une enquanto povo”, salientou.

“Ensinar o português é celebrar Portugal e, aqui, nesta casa, onde se ensina a língua há 25 anos e onde os alunos alcançam as melhores notas de toda a Venezuela nos exames de certificação EPE [Ensino do Português no Estrangeiro], vale a pena ressaltar o esforço notável que têm sido feito para promover e expandir a aprendizagem do português” destacou o diplomata.

Explicou que, num ano, a Venezuela passou de 7.500 para 9.500 alunos a aprender português, “um avanço quantitativo impressionante”, acrescentando que “já não são apenas os portugueses e lusodescendentes que aprendem português, também os venezuelanos aprendem agora português”, e elogiou a coordenação do ensino e o exemplo dado pelo Centro Português e “tantas outras associações portuguesas espalhadas por toda a Venezuela”.

O diplomata destacou a presença, em Caracas, do ministro da Administração Interna de Portugal, no âmbito das comemorações do 10 de junho, e precisou que José Luís Carneiro já esteve sete vezes no país – também nas suas funções anteriores, de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas -, inclusive em momentos em que foi preciso dar a mão a gente que se encontrava em momentos difíceis.

“Este é um dia em que recordamos e celebramos a grande diáspora portuguesa, que representa cerca de um terço de toda a nossa população nacional, e que no caso da Venezuela é a maior comunidade de origem europeia aqui residente. Hoje, portugueses e os lusodescendentes rondarão meio milhão de pessoas na Venezuela. Somos muitos, temos peso, somos respeitados e admirados enquanto comunidade que se integrou de modo exemplar neste país para cujo desenvolvimento e modernização contribuiu e continua a contribuir”, disse.

O embaixador sublinhou que, no entanto, “não foi sempre assim”, e referiu, dirigindo-se à comunidade: “O que hoje sois, a imagem que tendes, é o resultado de muitos sacrifícios, muito trabalho e muita vontade de vencer na vida”.

“A Venezuela acolheu-vos de braços abertos e vós destes um contributo decisivo para o seu desenvolvimento. Mesmo em horas muito difíceis, os portugueses não viraram as costas à Venezuela. Sabe Deus o muito que vos custou, mas foi uma atitude que não passou despercebida ao povo venezuelano, aos olhos de quem aumentou o respeito pelos portugueses”, disse.

Segundo o diplomata, “a comunidade portuguesa da Venezuela é sinónimo de perseverança, de esforço, de ética, de trabalho e de honestidade”, a “prova viva de quem através do esforço, da dedicação e do trabalho, é possível vencer”.

“Em todos os contactos que faço com políticos, empresários, académicos, intelectuais, gente dos mais diversos quadrantes e classes, todos, sem exceção, sublinham o apreço e o respeito que têm pela comunidade portuguesa. Repetem-me que sois indispensáveis para o futuro da Venezuela e ouvem com emoção quando lhes dizeis que vos sentis portugueses e venezuelanos”, disse.

O diplomata frisou ainda que a história da comunidade portuguesa local “é feita de muitos sucessos, mas não só, é também feita de muita solidariedade, de muito dar a mão”.

“A vossa generosidade para aqueles portugueses que, por diversas razões, passam momentos difíceis, tem sido exemplar”, frisou.

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