O distrito de Bragança já chegou a eleger cinco deputados, mas atualmente são três. Há dois anos foram eleitos dois pelo PS, Sobrinho Teixeira e Berta Nunes, e Adão Silva, pelo PSD. Em 2019 foram dois do PSD e um do PS.
Segundo dados da Comissão Nacional de Eleições, há 134.237 inscritos nos cadernos eleitorais no círculo de Bragança, menos 3.355 do que em 2022, ou seja, o distrito perdeu perto de 2,4% de eleitores.
A baixa é mais acentuada se comparada com 2019, sufrágio em que havia 141.541 inscritos para votar. São menos 7.304 inscritos em relação a 2024.
Em 2022, o PS venceu com 40,3% dos votos, e o segundo classificado, o PPD/PSD, obteve 40,2%. Foi uma vitória por uma diferença de 15 votos – 26.495 dos socialistas contra 26.480 dos sociais-democratas.
O PS só tinha ganhado as eleições legislativas no distrito de Bragança em 2005, na maioria absoluta de José Sócrates, sendo o PSD o tradicional vencedor, numa região que tradicionalmente vota à direita. Em 2019, o PSD venceu com mais 2.694 votos do que o PS.
Em 2022, a terceira força política mais votada foi o Chega (8,55%), posição ocupada em 2019 pelo Bloco de Esquerda, que caiu de 6,03% para 2,09% e passou para quarto lugar.
O Chega foi o partido que mais subiu no distrito: em 2019 ficou em sétimo nas votações, com um aumento de 533 para 5.619 votos.
Para as legislativas de 10 de março o PS escolheu novos protagonistas, sendo a cabeça de lista a brigantina Isabel Ferreira, 50 anos, professora do ensino superior e investigadora, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional desde 2022.
A agora Aliança Democrática, que junta PSD, CDS–PP e PPM, também apostou numa novidade. Hernâni Dias, 56 anos, professor e presidente da câmara de Bragança a cumprir o último mandato foi o escolhido. Suspendeu funções autárquicas a 29 de janeiro, tendo substituído pelo vice-presidente, Paulo Xavier.
O Chega volta apostar em José Pires, 53 anos, professor e ex-presidente da junta de Sé, Santa Maria e Meixedo, a freguesia mais populosa de Bragança, entre 2013 e 2017, pelo PSD.
José Pires chegou a responder em tribunal num processo por alegado abuso de poder por gastos realizados nesse mandato, mas foi absolvido.
O Bloco de Esquerda tem Vítor Pimenta, médico de 40 anos, em vez do jovem André Xavier, que concorreu em 2022 com 19 anos.
O PAN volta a apresentar Otávio Pires, 55 anos, empresário. O Ergue-te repete Luís Alberto Luís, 58 anos, desempregado natural e residente no Porto.
A Iniciativa Liberal tem a lista encimada por David Gonçalves, 40 anos, diretor de hotel. Pela CDU candidata é Fátima Bento, 40 anos, arqueóloga de Macedo de Cavaleiros, O Livre lança Anabela Correia, 22 anos, estudante universitária de Alfândega da Fé.
O partido Nova Direita tem a número um Maria Pereira, 69 anos, reformada residente em Lisboa. A coligação Alternativa 21, que junta o Aliança e o Partido da Terra (MPT) indica Maria de Carvalho, 20 anos, desempregada, natural e residente em Lisboa.
O RIR – Reagir, Incluir, Reciclar – tem como candidata Damiana da Fonseca, contabilista de Ermesinde com 40 anos. O Alternativa Democrática Nacional, constituído em 2021, conta com Vanda Martins, 44 anos, sócia-gerente que mora em Alcochete, distrito de Setúbal.
Em 2022, mais de metade dos eleitores absteve-se, 52,21%. Ainda assim, menos do que em 2019, em que 55,11% não foi às urnas.
O número de eleitores, cerca de 134 mil, continua a ser superior ao número de habitantes num dos maiores distritos em termos de área territorial de Portugal, mas com perda permanente de população.
O Censos de 2021 revelou que vivem, nos 12 concelhos do distrito, menos de 123 mil pessoas, com a perda de mais de 13.600 habitantes numa década, comparando com 2011.
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