José Pacheco Pereira, ex-deputado do PSD, comentou na noite deste domingo, na antena da CNN Portugal, a convenção politica da Aliança Democrática (AD). Não esquecendo algumas divergências que mantém com a liderança do partido, nega-se a desfiliar-se do mesmo e aponta muitas criticas aos que a dada altura se viraram contra o PSD, estando agora de volta ao mesmo.
O social democrata começou por afirmar que houve situações na convenções que o fizeram “ter vergonha alheia, mas surpresas não tive” e, recordando a ligação de 25 anos com o PSD, admitiu ter “sérias divergências com o curso do partido nos últimos anos”.
“Eu próprio me questiono porque continuo lá”, admitiu, mas apresentou três motivos para que isso aconteça.
“Conheço muito bem as características genéticas de um partido que acho fundamentais para a sociedade portuguesa; tenho respeito por muitas pessoas com quem trabalhei, como Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e outros; e às vezes as atitudes destes dirigentes que aí existem, contrastam com a cumplicidade dos militantes”, elencou.
“Não lhes faço o gosto de sair do partido. Se quiserem, expulsem-me”, atirou, acrescentando que “não vou para o PS porque sou social democrata”, nunca votei no PS e nem tenho intenção [de o fazer]”.
O discurso que teve mais aplausos foi o do Santana Lopes. O Santana Lopes saiu do PSD e criou um partido contra o PSD
Pacheco Pereira considerou, ainda, estar “bem onde estou”, mas reconheceu que lhe “custa algumas coisas em particular”. A confissão levou-o, em seguida a ‘disparar’ contra Pedro Santana Lopes.
“O discurso que teve mais aplausos foi o do Santana Lopes. O Santana Lopes saiu do PSD e criou um partido contra o PSD”, lembrou, referindo que como lhe “correu mal a festa” acabou por regressar ao partido ‘laranja’.
“Em condições normais para um militante significaria uma expulsão imediata. E as palmas e a recepção apoteótica são o benefício do infrator. Tenho vergonha por aquilo”, indicou.
“O PSD teve durante muito tempo a honra de ser um bom governo e perdeu isso com o Santana Lopes. Quem entregou o poder a Sócrates foi Santana Lopes e entregou o PS a uma maioria de José Sócrates“, recordou, voltando a reforçar “a vergonha pelo partido” e dando ênfase ao facto de o ex-presidente da Figueira da Foz não ter combatido o partido “ideologicamente” mas sim “nas urnas”.
Pacheco Pereira, que se filiou ao PSD em 1988, foi deputado pelo partido e, em 1995, eleito presidente do Grupo Parlamentar. Atualmente, lamenta não ser chamado pelo partido para participar nos seus eventos, mas reconhece que “é incomodo discutir com o mesmo”.
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