O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, revelou, numa entrevistada dada ao site da CDU, que não pretende fazer uma “aliança” com o PS, enquanto os socialistas quiserem “eleger deputados para continuar a política ao serviço dos tais dos 25 milhões euros de lucros por dia”.
“Não, connosco não. Isso é uma evidência. Para isso, não obrigado, já chega, já basta assim. E quem quiser eleger deputados para continuar esta política, para continuar a política ao serviço dos tais dos 25 milhões euros de lucros por dia, tem uma palete muito grande de opções para fazer”, realçou Paulo Raimundo, acrescentando que “quem quiser abrir um caminho novo, que responda ao aumento dos salários e das pensões, que responda a esta premência e esta urgência de responder ao Serviço Nacional de Saúde, que responda às necessidades de habitação, e habitação condigna, que seja possível pagar, que responda aos direitos dos pais e das crianças, que responda, de facto, ao problema da corrupção e ao compadrio e às negociatas, desde logo travando as privatizações. Quem quiser isso, quem quiser uma vida melhor, abrir esse caminho, então pode depositar esse voto com confiança na única força de confiança para isso, que é o PCP e a CDU“.
Ainda sobre a possibilidade de uma nova geringonça, o líder dos comunistas recorda que a “arrumação” de 2015 tinha como “objetivo fundamental afastar do poder PSD e o CDS, um Governo desastroso para o nosso país”. O segundo objetivo era recuperar “aquilo que tinha sido roubado”, como os manuais escolares gratuitos, a recuperação dos feriados nacionais, acabar com o PEC para as micro, pequenas e médias empresas, assim como introduzir o passe nas áreas metropolitanas e reduzir os custos para as pessoas.
Contudo, as coisas mudaram e o PS, segundo Paulo Raimundo, “decidiu afirmar a sua opção de fundo” e ir, “com a anuência e o contributo do Presidente da República” para eleições antecipadas.
A partir do momento em que o PS se “apanhou com a sua maioria absoluta”, defende ainda o secretário-geral do PCP, “não só não resolveu nada, como acentou os problemas”.
“E há muito boa gente que foi iludida nesse processo, que foi arrastada nesse processo e percebe hoje as razões pelas quais o PCP nunca poderia acompanhar um orçamento daqueles”, concluiu.
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