Global Media "Necessidade de se proteger um dos pilares da Democracia"

Global Media "Necessidade de se proteger um dos pilares da Democracia"

O LIVRE mostrou-se, na quinta-feira, “solidário” com os trabalhadores da Global Media Group (GMG) que, também ontem, foram informados que o grupo de comunicação social não irá pagar os salários referentes ao mês de dezembro

Numa publicação no X (anteriormente conhecido como Twitter), o partido “exprime solidariedade aos jornalistas e trabalhadores da Global Media Group, confrontados com salários em atraso e perdas de emprego apesar da sua dedicação à informação”.

E acrescenta: “O LIVRE reforça a necessidade de se proteger um dos pilares da Democracia, através de jornalismo independente do poder político e de interesses económicos e dotado de recursos, capaz de garantir a fiscalização dos órgãos de poder públicos e privados”.

Recorde-se que o Global Media Group – que detém a TSF, Diário de Notícias (DN) e Jornal de Notícias (JN), entre outros meios – informou os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave”

“Apesar dos esforços desenvolvidos ao longo das últimas semanas no sentido de assegurar em tempo útil o processamento dos salários referentes ao mês de dezembro, a Comissão Executiva vê-se obrigada a informar todos os trabalhadores do Global Media Group não existirem, à data de hoje, condições que permitam o pagamento dos salários deste mês“, lê-se numa comunicação interna, a que a Lusa teve acesso.

Para esta situação contribuiu, segundo a empresa, o “inesperado recuo” do Estado no negócio para a compra das participações que o grupo tem na agência Lusa, a “injustificada suspensão” da utilização de uma conta caucionada no Banco Atlântico Europa há seis anos e de “todo o aproveitamento político-partidário” feito em redor do GMG.

Em ‘resposta’, o Ministério da Cultura anunciou estar a acompanhar “com preocupação” a situação de crise no grupo de media – que “comporta sérios riscos para a Democracia”. O Governo questionou, por isso, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) quanto às consequências para “o pluralismo da informação em Portugal”, tendo também aconselhado o grupo a assegurar o pagamento dos salários, nem que para isso tenha de recorrer ao Fundo de Garantia Salarial.

O programa de rescisões no GMG foi prolongado até 10 de janeiro, confirmou, na semana passada, à Lusa fonte oficial da administração. Este programa estava previsto ter terminado em 20 de dezembro.

Recorde-se que, no dia 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

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