O líder do Chega, André Ventura, considerou que o Partido Social Democrata (PSD) é um “partido apagado” e admitiu que avançará com uma moção de rejeição ao PSD se não fizer parte do governo.
“Este é um PSD apagado. Não sou eu que o digo, são as sondagens. Temos o maior escândalo no Governo dos últimos anos e o PSD não passa o PS nas sondagens. Isto é um PSD apagado“, disse em entrevista à SIC Notícias.
O líder da extrema-direita afirmou que “o PSD não está a fazer um bom trabalho” porque, se estivesse, o “bloco da Direita estaria muito à frente da Esquerda” nas sondagens.
“Lamento muito dizê-lo, não tem a ver com a minha relação com Luís Montenegro [líder do PSD], de quem como e, como é sabido, somos amigos”, explicou.
Para André Ventura, se as suas críticas aos outros partidos “prejudicarem” os entendimentos no futuro “é porque as pessoas não sabem distinguir política e governabilidade”.
Questionado sobre a possibilidade de viabilizar “em última instância” um governo do PSD, André Ventura afirmou que avançará com uma moção de rejeição ao PSD se não fizer parte do governo.
“Vai haver votos ao programa de governo [do PSD] porque nós vamos pedi-lo se não formos governo”, disse, acrescentando que “se for um governo que não combata a corrupção e não aumente salários e pensões, é para chumbar”.
“Sim, rejeitamos o programa do governo”, reiterou quando questionado se apresentaria uma moção de rejeição ao PSD.
Ventura foi mais longe e admitiu avançar com uma moção de rejeição “ao programa de governo seja de quem for”.
Para o líder do Chega, a probabilidade do PSD ter um governo que vá de acordo com os interesses do seu partido é de “0 a 1%”. “É a probabilidade de haver um programa de governo tão bom, tão ambicioso, tão contra a corrupção, tão contra o empobrecimento, em que disséssemos que não há forma de votar contra este programa de governo”, atirou.
Sublinhe-se que ainda esta quarta-feira Ventura admitiu inviabilizar um governo se as propostas do seu partido não forem equacionadas e considerou que, se o PSD não ceder, “é com o PS” que terá de se entender.
“O que nós dissemos foi que não viabilizaremos nenhum governo em que as propostas do Chega que foram votadas não estejam equacionadas”, afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
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