“Entre o céu e o coração” é o título da exposição da artista portuguesa que estará patente tanto nos espaços da galeria como no Palácio dos Medici do Palácio Pitti, e que estará patente até 14 de janeiro de 2024.
A exposição, indicou a Galeria dos Ofícios citada pela agência EFE, reunirá uma seleção de obras de grande formato e dá continuidade à iniciativa de Vasconcelos de mostrar o trabalho de mulheres artistas, iniciada em 2016.
O diretor das Galerias, Eike Schmidt, exprimiu alegria e orgulho por “acolher a primeira exposição de Joana Vasconcelos em Florença”, onde se encontram muitas obras de arte e arquitetura renascentista.
“Sou uma artista contemporânea e nunca teria sonhado em expor ao lado de obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo ou Caravaggio. Este convite do diretor dos ‘Uffizi’ é uma grande honra. Porque, independentemente de os artistas estarem vivos ou mortos, o mais importante é o diálogo que se gera entre as obras”, explicou o artista, numa nota divulgada pelo museu.
A Galeria dos Ofícios é um palácio que acolhe um dos mais antigos e famosos museus do mundo, com salas onde estão dispostas, por ordem cronológica, obras do século XII ao século XVIII, incluindo aquela que é considerada a melhor coleção do mundo de obras do Renascimento de artistas como Rafael, Ticiano, Rubens, Rembrandt, Canaletto e Sandro Botticelli, entre outros.
“O edifício em si é o enquadramento da produção artística, independentemente do século de onde provém. Este espaço tem o poder mágico de apagar o tempo, é como uma máquina do tempo. A coisa mais maravilhosa dos ‘Uffizi’ é a história da arte”, acrescentou a artista na nota de imprensa.
Em Portugal, a artista irá inaugurar a 29 de setembro a exposição “Plug-in. Joana Vasconcelos”, que incluirá a obra de grandes dimensões “Árvore da Vida”, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.
A “Árvore da Vida” – uma estrutura de 13 metros, representando as emoções vividas no confinamento, na esperança do recomeço – esteve instalada na Capela do Castelo de Vincennes, em Paris, em abril deste ano, e foi inicialmente projetada para a Villa Borghese, em Roma, o que não chegou a concretizar-se devido à pandemia.
Em 2020, devido à pandemia covid-19, o atelier da artista, em Lisboa, encerrou portas pela primeira vez em 25 anos, e abriu um processo de ‘lay-off’ para cerca de 50 trabalhadores, no quadro de uma crise mundial inédita que teve impacto na saúde pública, na economia e na comunidade artística.
Joana Vasconcelos, nascida em Paris em 1971, filha de pais portugueses, foi a primeira mulher artista a ser convidada a criar uma exposição para o Palácio de Versalhes, em 2012.
Começou a realizar exposições na década de 1990, tendo o seu trabalho sido projetado internacionalmente em 2005, quando participou na Bienal de Veneza com a peça “A Noiva”, um lustre monumental composto por tampões de higiene íntima feminina.
Em 2010, apresentou a exposição antológica “Sem Rede” no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e o seu trabalho tem sido apresentado em museus um pouco por todo o mundo.
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